Depois de ter o motor apagado na saída da garagem, sair atrasado para a tomada de tempo e amargar um modesto P11 no grid, o que parecia um fim de semana arruinado acabou se transformando no cenário ideal para Eduardo Johnscher realizar sua melhor performance em 2015. “É desesperador ver todo mundo alinhando no grid e você ali esperando e não te chamam nunca”, diria ele depois da corrida.
A verdade é que o piloto da Johnscher Racing guiou como nunca na tarde de ontem e conseguiu o que parecia impossível, conquistando sua primeira vitória no ano no kartódromo da Manchester catarinense.
Com 18 karts alinhados, a largada do 2º GP Joinville foi disputadíssima, mas conturbada. Devido a uma falha na cronometragem, a pole foi atribuída a Francisco Rosa, que logo acabou perdendo diversas posições. No meio do pelotão, o kart de Guilherme Szpigiel apagou e ficou parado no grid. Luizinho Brambila, o P2, foi o mais rápido na bandeirada e pulou na frente. Eduardo Bettega, Andrey Lima, Fabio Knabben e Bruno Vianna – este beneficiado pelo pouco peso porque trocou de kart antes de sair da garagem e esqueceu de transferir o lastro de um para o outro – se juntaram a ele revezando-se nas primeiras posições durante as primeiras voltas.
Um segundo pelotão, não muito distante, formou-se com Chico, Eduardo Johnscher, Carlos Feijão e Marcelo Rosa – que mais uma vez teve problemas com seu kart em Joinville –, mas não demorou muito para Eduardo Johnscher encostar nos líderes. Um erro no cotovelo da saída do miolo, porém, jogou-o para a nona colocação. Começava então a brilhante recuperação e a escalada do pelotão. Um a um os adversários foram sendo deixados para trás, com certa facilidade até. A briga mais intensa surgiu a cerca de 5 ou 6 voltas do fim, já valendo a liderança, entre Eduardo e Brambila, que protagonizaram uma bela sequência de ultrapassagens, até Eduardo se consolidar na ponta. Luizinho Brambila acabou rodando a três voltas do fim, depois de ser tocado violentamente por Andrey Lima na entrada do miolo. “Fui eu que errei, espalhei na curva e tive de segurar na barreira de pneus”, admitiu Brambila, isentando o adversário de culpa. Eduardo Bettega também jogou fora seu pódio ao rodar na última volta. Bruno Vianna foi o terceiro e Chico Johnscher, numa corrida discreta mas consistente, o quarto, beneficiado pelas rodadas de Knabben, Bettega e Brambila.
Destaque para Fabio Knabben, que depois de rodar na 10ª volta quando disputava a liderança e cair para as últimas colocações, voou baixo para terminar em 5º e completar o pódio.
O traçado no sentido horário – contrário ao do adotado em 2014 – agradou aos pilotos, a maioria dos quais o considerou o mais desafiador do campeonato até o momento. E também mais propenso a provocar rodadas e batidas. A mais séria envolveu Guilherme Szpigiel, que bateu no barranco no final do anel externo e sofreu o deslocamento do ombro.
Marjorie Johnscher era uma das que estava entre os mais animados. Ela terminou em 10º, a 26 segundos do vencedor. “Não fosse a batida na segunda volta, quando perdi 15 segundos parada, teria feito pódio”, comemorou a piloto.
Carlos Feijão, o 6º colocado, também ficou satisfeito, embora tenha lamentado a escapada que lhe custou o pódio a duas voltas da bandeirada. Mas o fato de, assim como o vencedor, ter avançado 10 posições em relação à largada, alçou o piloto da Race 4 Fun à condição de um dos destaques da prova.
O resultado embolou a classificação do campeonato, que ainda tem Luiz Brambila na ponta, um ponto à frente de Eduardo Johnscher. Na sequência, considerando-se os descartes dos três piores resultados, vêm Andrey Lima, Chico Johnscher, Guilherme Szpigiel, Eduardo Bettega e Rafael Vianna. Apenas dez pontos separam os onze primeiros colcocados.
Entre as equipes a Johnscher Racing abriu boa vantagem, com 95 pontos contra 86 da Designers Racing. A Vianna Bros. é a terceira com 73,5.
A RNK se reúne novamente no dia 13 de junho, no Raceland.