Chegou a vez de uma das entrevistas mais esperadas. O site da RNK entrevistou Chico Johnscher, o bicampeão da Copa (2012/2013), contou da expectativa para a temporada e sua admiração por pilotos pouco lembrados pela maioria dos errenekazeiros. Além disso, o piloto e idealizador do campeonato botou pimenta no assunto regulamento de equipes e disparou: “equipe de três ou quatro pilotos que só coloca um ou dois na pista não é equipe”. Confira. O que você espera desta temporada? Tudo indica que vai ser a mais equilibrada da história da RNK. Claro que espero conquistar o campeonato, mas se não der, quero no mínimo mostrar que, beirando os 60, ainda sou competitivo, hahahaha. Quem é o seu rival nesta temporada? Meu companheiro de equipe, o Eduardo Johnscher. Ele é hoje o piloto mais completo da RNK. Há espaço para a camaradagem na Copa RNK? Depende do que você considera camaradagem. A RNK deixou de ser uma simples brincadeira de amigos. Mas eu ainda penso que vale mais perder uma disputa do que perder um amigo. Jamais vou ser desleal. O problema é que, talvez por inexperiência, tem gente que acha que corrida se ganha na primeira curva. E tem gente que parece que às vezes se esforça pra parecer que tá de sacanagem. Qual seu melhor momento na Copa RNK? Rapaz, teve tantos… Os dois títulos, sete vitórias, onze poles. São tantas emoções hahahhaa. Mas se é pra escolher um, fico com o mais recente: a vitória no GP Sébastien Loeb, pela dificuldade e pelo tempo que eu estava sem vencer. Qual a maior surpresa em uma corrida na RNK? Ainda não aconteceu. É o Marcelo [Rosa] ganhar uma corrida hahahah. E a maior decepção? Pegar um kart ruim e andar lá atrás é sempre decepcionante. Mas a mais marcante foi a corrida que perdi para o Dub (Eduardo Bettega) na última curva. Se não me engano, foi a primeira prova de 2013. Como avalia as chances da sua equipe no campeonato deste ano? A Johnscher Racing é naturalmente uma das favoritas. E não é porque o regulamento mudou e mimimimi. Então você não acha que o regulamento favorece sua equipe? Exato. O regulamento valoriza as equipes que correm completas. Quem não corre não marca ponto, simples assim. Vamos analisar as coisas sob outro ângulo. Em qualquer esporte coletivo, a equipe depende da participação, desempenho e dedicação de cada componente. No futebol, por exemplo, jogador que é expulso prejudica o time, que fica com um atleta a menos em campo. Na RNK, como na Fórmula 1, na corrida de revezamento, no torneio de truco, parceiro que não participa prejudica a equipe. E vamos falar a verdade, equipe de três ou quatro pilotos que só coloca um ou dois na pista não é equipe, né. Você é ansioso? Chega a perder o sono antes de uma corrida? Bastante. Na véspera, durmo fazendo mentalmente o traçado da pista, projetando minha corrida, imaginando as inúmeras hipóteses possíveis, traçando estratégias… E tem as inevitáveis caganeira e mijadeira hahahha. Que superstições você tem para as corridas? Já tentei, mas não tenho. Acho muito “staile” essa coisa de usar cueca do avesso, calçar uma sapatilha de cada cor, dar três voltas em torno do carro antes de sentar no banco, coçar o saco três vezes antes de calçar as luvas. Só tem dois problemas: primeiro, não acredito; segundo, eu esqueço. Qual a pista em que mais gosta de correr? São José dos Pinhais. Pena que não faz mais parte do calendário. Quem são seus ídolos na Fórmula 1? Jim Clark foi o primeiro, na infância, mas ele se foi muito cedo, quando eu tinha 11 anos. Na adolescência, Emerson e Lauda. Depois, Senna. Da geração atual, nenhum. São todos pilotos de videogame. Desafio qualquer um a vir andar na RNK com um kart do Raceland. O que você procura copiar deles? Determinação, técnica e frieza. E do Piquet, apesar de não ter sido meu ídolo, embora sempre o admirasse como piloto, também me inspira esse seu jeito meio blasé, meio “cagando e andando” pra tudo. Nessa linha, não dá pra não se inspirar no Raikkonen também.