Marcos Martins (11) levou a melhor e venceu a bateria principal do 1º GP de Rio Negro.
A iniciativa era ousada. Pela primeira vez desde a sua criação, há seis anos, a Copa RNK realizaria uma etapa em um kartódromo que não oferece rental kart. O palco: Kartódromo Municipal de Rio Negro, no sul do estado do Paraná. Para concretizar a ideia, uma parceria de peso: o Fast Lap Kart Indoor, que transferiu toda sua estrutura da capital para o município que faz fronteira com Mafra-SC.
Apesar da estrutura precária e do abandono do kartódromo a prova foi um sucesso. Para completar, uma chuva torrencial se abateu sobre a região na parte da manhã, quando era prevista a equalização dos karts e uma sessão de treinos livres. Poucos pilotos foram para a pista, e o que se viu foi um festival de rodadas e veículos andando no banhado que circundava o circuito. Digno de rallyzeiros no kart.
Infelizmente, a chuva acabou espantando muitos “pilotos” e, dos 36 inscritos, apenas 26 deram as caras. Estes, porém, não se arrependeram e proporcionaram uma das melhores provas da temporada.
Eugenio Westphalen era 3º até quebrar.
Pouco depois das 13h, foi dada a largada para a primeira bateria do dia. A chuva tinha dado uma trégua, as poças d’água rapidamente desapareciam, embora o asfalto permanecesse muito liso e não permitisse erros.
O estreante Fernando Henrique Gonçalves marcou a pole e pulou na frente assim que a bandeira baixou. Ao seu lado na primeria fila, Emygdio Westpahlen manteve a segunda posição. Sergio da Silva, outro estreante pulou de 5º para 3º e Eduardo Johnscher, largando lá de trás assumiu o 4º posto numa bela arrancada e não demorou para ultrapassar Sergio e partir no encalço dos líderes.
Na terceira volta, ambos rodaram e Eduardo assumiu momentaneamente a ponta, para perdê-la na volta seguinte. Fernando Henrique sumiu na frente e venceu com tranquilidade, com mais de 30 segundos à frente do 2º, Emygdio Westphalen, numa brilhante corrida de recuperação.
Depois de rodar várias vezes na tentativa de recuperar, Eduardo Johnscher ficou para trás, e a disputa pela 2ª posição, entre Emygdio, Sergio e Juliano Cunha perdurou até o fim, com Juliano perdendo no final após rodar sozinho para terminar em 4º. Guilherme Rocha completou o pódio.
Posteriormente, após recurso interposto pela Johnscher Racing, uma falha na cronometragem foi constatada e o resultado foi corrigido. Eduardo havia cruzado em 5º. Guilherme Rocha caiu para o 5º e Eugenio Westphalen, que era 3º no início, acabou em 7º depois de perder uma volta para trocar de kart após uma quebra. Beto Carneiro foi 8º e Flavia Gavazzoni, 9º.
Calaes, Marjorie e Feijão disputam posição na 1ª bateria.
A chuva já havia parado definitivamente quando a 2ª bateria teve início, e um discreto sol secava a pista rapidamente e a vantagem foi daqueles que melhor compreenderam e se adaptaram às mudanças do piso.
Renato Braga, que marcara a pole, ia ficando para trás e três pilotos que partiram do fim do grid – Felipe Fontana, Franciel Vivan e Paulo Taylor – escalavam o pelotão. Duelos pontuais marcaram, então, a disputa.
Na frente, Luis Felipe Carneiro e Felipe Fontana brigaram pela ponta até a última volta, com Carneiro se saindo vencedor para comemorar muito a primeira vitória na RNK. Paulo Taylor e Franciel Vivan, poucos segundos atrás, prendiam a atenção na disputa pelo terceiro, que também só foi definida no fim em favor do piloto de Santa Catarina.
A cerca de 10 segundos, Marjorie Johnscher tentou a corrida inteira, mas não encontrou espaço para ultrapassar Renato Braga, que completou o pódio. Em 7º, depois de andar entre os primeiros no início e abusar das rodadas, terminou Everson Calaes.
Julian Fontana foi o 8º e Carlos Feijão abandonou a 5 voltas do fim depois de andar mais no mato e no brejo do que no asfalto.
Marcos Martins comemora ao receber bandeirada em 1º.
A principal bateria da etapa foi a mais emocionante na disputa pela vitória e pelo vice-campeonato. Luizinho Brambila marcou a pole e, com o título assegurado por antecipação, visivelmente correu para ajudar o companheiro de TK Racing Rafael Demmer a ser vice.
Assim, Bruno Rocha, ao lado do campeão na primeira fila, pulou na frente, enquanto Luizinho apenas escoltava e tentava empurrar Demmer, que largara em 4º.
Quem roubou o espetáculo, porém, foi Marcos Martins, que não tinha nada com isso. Numa corrida perfeita, o piloto da DuxShalon foi o primeiro a ver a quadriculada, com Bruno Rocha em 2º, Demmer em 3º e Andrey Lima em 4º. Anderson Rocha completou o pódio, 12 segundos atrás do companheiro de equipe Martins. Alessandro Trevisan foi um discreto 6º e Brambila, o 7º.
Marcos Martins conta que “chorei no kart, vi minha linda mulher Karoline e meu lindo filho Ayrton que sempre me acompanham e me apoiam não importa o que aconteça, minha mãe que tanto sonhou em ver eu alcançar este objetivo, minha querida irmã Cintia que em 1996 limpava meu capacete junto com a minha irmã Giseli e meu cunhado que torceu como nunca, foi lindo ver tudo aquilo acontecendo.” Também agradeceu a Deus, a quem dedicou o troféu, e aos “irmãos” da RNK: “Sem vocês não conseguiria, vocês são grandes pilotos, pessoas especiais”, concluiu.
Para Chico Johnscher, que também disputava o vice-campeonato, a corrida terminou como começou: em último, com um kart visivelmente sem velocidade final. Fica a pergunta: por que o piloto insiste em não trocar de equipamento já durante o qualify?
O jogo de equipe é estratégia legítima e importante, mas às vezes cobra seu preço. E desta vez foi por pouco. Depois de rodar, Luizinho deixou a disputa aberta e, por muito pouco, não azedou o vice-campeonato do companheiro, que terminou o turno na frente de Bruno Rocha pelos critérios de desempate.
Computados os pontos das 6 etapas e os dois descartes de cada piloto, ficou assim a classificação do 2º turno: Luizinho Brambila, campeão com 101 pontos, 11 à frente de Rafael Demmer, o vice-campeão, e Bruno Rocha o 3º; Marcos Martins foi o 4º (88 pontos); Chico Johnscher, o 5º (84); Nito Ramirez, o 6º (81); Andrey Lima, o 7º (81); e Luis Felipe Carneiro, 8º (80).
Além deles – e de Tido Olmedo, Ricardo Rocco, Eugenio Westphalen e Alessandro Trevisan, que já haviam se classificado no 1º turno – garantiram vaga para a Superfinal pela soma dos pontos dos dois semestres mais 12 pilotos: Carlos Feijão, Anderson Rocha, Renato Braga, Everson Calaes, Eduardo Johnscher, Paulo Taylor e Marjorie Johnscher.
A Superfinal será no Kartódromo Ayrton Senna, em Interlagos, dia 9 de dezembro. Alguns dos pilotos classificados deverão estar ausentes, abrindo vaga para os seguintes na classificação.
Premiação para as cinco melhores equipes nas 2 Horas de Rio Negro.
Após as baterias do 1º GP de Rio Negro, o Fast Lap Kart Indoor e a Copa RNK promoveram o primeiro endurance da parceria Fast Lap/RNK Endurance Team, com limite de 10 vagas e equipes compostas por dois ou três pilotos. Cada time deveria efetuar cinco paradas obrigatórias para troca de kart e piloto.
Nove equipes alinharam para a largada no estilo Le Mans, e o mais rápido na partida foi Chico Johnscher (Johnscher Racing). No início do primeiro stint, a disputa se concentrou entre ele e Luizinho Brambila (TK Racing), que logo se consolidou na ponta, cerca de 5 segundos à frente.
Quando as paradas iniciaram, houve dificuldade em acompanhar a classificação devido à falta de estrutura de comunicação de dados no kartódromo. Faltando cerca de meia hora para o final, a falha de sinal provocou a interrupção da prova, que foi reiniciada já com a pouca luz natural e a noite começando a cair.
Ao final, a TK Racing sagrou-se vencedora, com a equipe local de Rio Negro em 2º e a Johnscher Racing em 3º.
