Rodolpho Bettega anuncia mudanca de categoria
31/05/2014
O Pinhais Herald teve acesso ao acervo photografico de Rodolpho Bettega. No retrato acima, a macchina na qual estreiou nas pistas brazileiras.
RETIRO DOS ARTISTAS – Ausente dos dous ultimos prelios do torneio, o piloto Rodolpho Bettega fez conhecer na manha de hoje que, por recomendacao de seo medico de familia, nao mais duelara na categoria Sub-60.
“Minha vaga preferencial no partidor devera ser respeitada”, exigiu brandindo sua credencial da Urbs o decano da RNK, que tambem pleitea o pagamento de meia inscricao no Raceland.
Em seguida, abracado a Flavio Piazzetta, Paulo Lemos, Eduardo Vizentin e outros classicos do rallye paranaense, relembrou – com certa dificuldade – alguns momentos marcantes de um passado ja distante.
Elegantemente vestido em trajos talhados exclusivamente por Raunier, o alfaiate da moda na Corte, recebeu-nos o afavel Rodolpho Bettega para um agradavel coloquio em sua fina residência, confortavelmente refestelado em uma descansadeira a sombra de jacarandas e pitangueiras, cujos galhos farfalhavam ao lado do caramanchao.
Entre um gole e outro de seus elixires e remedios preferidos, adquiridos na Pharmacia Stelfeld, e saboreando as pilulas da vida do Dr. Ross, Bettega rememorou seo primeiro passeio de tilburi, ainda criança; o frape de coco na Confeitaria Schaffer; os soirees dancantes no Clube Curitybano; as manhas de domingo no Passeio Publico; e o footing na Rua XV, onde disputava com outros mancebos as mocoilas da alta sociedade curitybana. “Eu era um pedaço de mau caminho, muito janota!”, gracejou o chauffeur.
E claro, nao deixou de palestrar com detalhes quase photograficos sobre a primeira corrida de automoveis a que assistiu, no Circuito da Gavea – o phamoso “Trampolim do Diabo” –, na Guanabara. “Irineo Corea, Chico Landi, Carlo Pintacuda e Giuseppe Farina foram meus primeiros idolos”, recordou com os olhos marejados.
Em gesto que somente poderia provir de um gentleman como nosso estimado Rodolpho, o az do volante nos presenteou com dous mimos pungentes, colhidos de uma gaveta do toucador: um bilhete da partida Espanha x EUA, a qual assistiu na Copa do Mundo no campo do Ferroviario em 1950, e um raro exemplar do Almanaque Pharol da Medicina.
A idade avancada nao esconde o garbo do talhe e a fisionomia nobre deste distinto automobilista que tanto contribuiu para o esporte paranaense. A ele desejamos os mais genuinos votos de sucesso e aos leitores, obsequiamos excusas pela ausencia de acentos, tils e cedilhas, por nao os haver em nossos typos dactilographicos.
