A primeira fase da Copa RNK 2021 teve show em seu encerramento neste sábado (19) no Kartódromo Ayrton Senna, em Interlagos-SP. Com 39 pilotos na pista, a rodada dupla fechou o 1º turno do campeonato de rental kart, confirmando o título de Jackson Gonçalves, que havia vencido as quatro primeiras provas da temporada.
A conquista, contudo, esteve por um fio. O piloto da Box45 não reeditou sua atuação das rodadas anteriores e encontrou um adversário disposto a arrancar-lhe o laurel a todo custo: Pablo Margeon deu um show, venceu as duas baterias da série A e finalizou com o vice-campeonato, apenas dois pontos atrás.
A típica garoa paulistana foi um ingrediente a mais que exigiu dos pilotos habilidade de adaptação ao piso ora molhado, ora seco que mudava as condições da pista a cada volta e provocou inúmeras rodadas e batidas.
Ainda com pista seca, a série B viu Marquiano Okopny e Bruno Tarachuka pularem na frente. Rodolpho Bettega surpreendeu largando em 3º, posição que sustentou nas primeiras voltas, seguido de Thiago Vasconcellos e Guto Hass, enquanto . Na 3ª volta, a chuva começou a mudar a história. Marquiano, que havia perdido a ponta, recuperou a liderança, enquanto os estreantes Lucas Procikievicz e Juan Amazonas, vindo de P6 e P10 respectivamente, subiram para 3º e 4º. Eduardo Johnscher fez valer sua experiência no molhado para escalar o pelotão depois de largar em 11º, para se firmar na 5ª posição.
Com a chuva apertando ainda mais, Marquiano abrindo uma confortável vantagem de 5 segundos na dianteira e Tarachuka conformado com o 2º lugar, parecia que a corrida estava definida. Eis que, na penúltima volta, Marquiano roda sozinho no Bico de Pato, caindo para 4º. E, na última volta, foi a vez de Lucas e Juan rodarem. A vitória caiu no colo de Tarachuka, enquanto Marquiano ainda ficou no lucro com um P2 que parecia perdido. Eduardo Johnscher herdou a 3ª colocação, realizando a maior escalada no pelotão, Juan Amazonas e Rodo Bettega completaram o pódio.
Na série A, São Pedro resolveu se divertir um pouco mais. Parou de chover durante a qualificação, mas com a pista ainda molhada, Pablo Margeon cravou a pole com tempo meio segundo abaixo dos adversários mais próximos. Quando a bandeira verde baixou, o Argentino sumiu na frente, enquanto Jackson Gonçalves, Andrey Lima, Emygdio Westphalen e André Maschio se enroscavam na disputa pela segunda posição.
A chuva deu uma trégua, a pista aos poucos foi secando e as disputas seguiram mornas até 4 voltas antes do fim, quando a garoa recomeçou, depois engrossou. Aí levou vantagem quem, além de se manter na pista, soube reconhecer com mais precisão e rapidez em quais trechos da pista era possível manter o traçado de seco e onde era preciso fugir do trilho. Emygdio Westphalen jogou fora a 2ª posição a duas voltas da bandeirada, Jackson Gonçalves e Marcos Martins – este depois de um fulminante avanço vindo da 6ª fila no grid – desperdiçaram a chance do pódio também nas voltas finais. Andrey Lima confirmou o 2º lugar, seguido de André Maschio, Everton Tonel e Westphalen.
O mau desempenho na prova anterior da rodada, o GP Ayrton Senna, trouxe para a série B pilotos que costumam frequentar somente a escalão de cima, entre eles Fábio Mathoso, Fábio Jr., Marcelo Tirisco, Eugênio Fabian e Anderson Vieira. Vieira não foi bem na qualificação e abandonou prematuramente após um acidente, mas os outros quatro é que deram as cartas. Ainda com a pista molhada, Mathoso fez a pole, disputando a ponta nas primeiras voltas com Eugênio Fabian, enquanto Fabinho Jr. se fixava na 3ª posição para fazer uma corrida solitária. Com a pista lisa em alguns trechos e começando a secar em outros, Mathoso se adaptou mais facilmente ao traçado e abriu vantagem confortável para vencer com tranquilidade. O melhor da prova ficou na disputa pelo 4º lugar entre Marcelo Tirisco e Luciano Borges, o Pingo. Este, prejudicado pelo peso, perdeu várias posições na largada, mas se recuperou até brigar pela 4ª colocação, que perderia a poucos metros da chegada, talvez surpreendido pela chuva que reapareceu na última volta.
Na última bateria da noite, mais uma sessão de chove-para-chove. Ainda debaixo de chuva, Eduardo Johnscher fez a pole e largou na frente, mas sua alegria durou pouco. Ainda na primeira volta, um toque de Jackson Gonçalves jogou-o para último, sem qualquer chance de recuperação. Pablo Margeon agradeceu e partiu para mais uma vitória com folga. Lucas Procikievicz foi o 2º sem ser ameaçado, enquanto Jack e Bruno Tarachuka disputavam a 3ª posição. Tarachuka levou a melhor nesse duelo, e Marquiano Okopny completou o pódio.
As duas vitórias de Pablo Margeon em Interlagos quase tiraram o título de Jackson Gonçalves, que venceu por apenas dois pontos (133 x 131). Andrey Lima foi o 3º com 117 pontos, seguido de Fábio Mathoso (108), Fábio Jr. (107), Diego Fernandes (105), Marcos Martins (104), Marcelo Tirisco (101), Emygdio Westphalen (100) e André Maschio (99). Os dez garantiram a vaga para a Superfinal, que ocorrerá em dezembro no 34 Kartódromo Guaratinguetá.
A Box45, de Jackson Gonçalves, Karina Cardozo e Fábio Mathoso, conquistou o título do 1º Turno entre as equipes com 248 pontos, superando por 5 pontos a RBR Green Label (Andrey Lima, Diego Fernandes e Fábio Jr.). A 3ª colocada foi a Covil Racing, de Emygdio Westphalen, Eugênio Fabian e Thiago Vasconcellos, com 206 pontos, mesma pontuação da RBR Blue Label (Marcos Martins, Everton Tonel e Otto Jr.), que perdeu nos critérios de desempate.
Não foi bem recebida entre os pilotos a mudança de traçado imposta na última hora. Poucos minutos antes da competição, os organizadores foram informados pela Direção de Prova da alteração e forçados a escolher uma dentre as opções mais curtas do circuito, sob a alegação de que a iluminação no setor da Esplanada estava deficiente e traria riscos aos competidores.
O desequilíbrio entre os karts também decepcionou os pilotos. Não é o padrão com o qual a Copa RNK estava habituada em Interlagos.
Uma presença inesperada na bateria de treino que antecedeu a prova chamou atenção: afastada das competições este ano devido à gravidez, Claudinha Cardozo foi para a pista ostentando a barriga de 4 meses.
Depois de matar saudade do acelerador, Claudinha foi para os bastidores. Ela e Karol Martins compuseram o sempre eficiente staff da Organização no controle da pesagem, acesso e rebaixamento dos pilotos nas séries A e B.
Um dos pilotos mais elogiados em Interlagos foi Rodolpho Bettega, por seu desempenho na pista molhada, repetindo o feito da Superfinal de 2020 em Itu, quando também subiu ao pódio. O piloto mais velho da RNK confirmou ser um verdadeiro rallyzeiro no kart.
Com seu bom humor costumeiro, Bassám Hajar, que quase foi a pódio com o 6º lugar na segunda bateria da série B, “reclamou” do vencedor da prova: “o Mathoso tem que ser desclassificado, ele é da série A”.
Compensando as muitas ausências sentidas na decisão em Interlagos, a prova contou com o retorno de Luciano Borges, o Pingo. Recém-recuperado da covid-19 e carregando um lastro natural de quase 120 kg, o piloto agora radicado em Campinas levou pra casa um troféu de 5º lugar.
Dentre os 10 classificados para a Superfinal, três estrearam este ano na Copa RNK: Pablo Margeon, Diego Fernandes e André Maschio.
Os 133 pontos somados pelo campeão Jackson Gonçalves são um recorde. Trata-se da maior pontuação já obtida em um turno desde que esse sistema foi implantado na Copa RNK.
Fotógrafo oficial da Copa RNK, Clayton Medeiros “tirou leite de pedra” para realizar a cobertura fotográfica da prova. Além do reflexo provocado pela chuva à noite, a iluminação deficiente representa sério obstáculo aos profissionais das lentes.
A Copa RNK e seus parceiros Candy Shop, Correta Redações, Canal RafaBin, Acrílico Shalon e Display Brasil devem anunciar nos próximos dias data e local da festividade de premiação do 1º Turno, que deverá acontecer antes da abertura do 2º Turno, programada para Joinville no dia 31 de julho.
