A chuva foi o fiel da balança na segunda rodada do 2º turno da Copa RNK 2023, realizada no dia 2 de setembro, mais uma vez no Kartódromo Internacional de Joinville, trazendo muitas surpresas nos resultados. O grande destaque ficou por conta de Gabriel Meister, que vem se tornando um especialista na pista da Manchester Catarinense em provas da RNK. Com uma vitória e um P2 na rodada dupla, Gabriel Meister assumiu a liderança do campeonato, com 78 pontos, cinco à frente de Eduardo Almeida, o novo vice-líder. O piloto da Alfa Racing, depois de um mau resultado na primeira bateria, caindo para a série B, venceu na segunda bateria para subir ao 2º posto na tábua de classificação.
Pilotos habituados a brigar nas primeiras posições, como Jack Gonçalves, Luizinho Brambila, Matheus Schillo e Cazu, não repetiram suas melhores performances, o que ajudou a embolar ainda mais a pontuação do certame. A rodada, que teve seis baterias, apresentou dois vitoriosos inéditos que figuraram pela primeira vez no topo do pódio: Diego Bettega e Maurino Souza.
A primeira etapa do dia – 24º GP de Joinville – iniciou com Luizinho Brambila marcando a pole na série C. O piloto da Tartarugator’s L8 Energy, ausente da primeira rodada, abriu boa vantagem e parecia que venceria com facilidade. Na metade da prova, no entanto, ao passar em uma poça d’água, seu motor começou a falhar e a diferença começou a cair. Primeiro, chegou Anderson Vieira, seu companheiro de equipe, que em respeito ao chefe, passou a empurrá-lo. Mas quando o pelotão os alcançou, a melhor alternativa foi deixar o caminho livre para Vieira vencer. Hector Marin foi o 2º, Gilmar Coleta, Duddu Possebom e Luiz Paulo Neuwald completaram o pódio.
A série B teve vitória tranquila de Everton Tonel, que largou na pole e só precisou administrar a ponta enquanto Cesar Japs, Guilherme Medeiros e Chico Johnscher brigavam pela segunda posição. Vindo de trás, depois de largar apenas em 10º, Fernando Vieira entrou na briga e a disputa se manteve aberta até a bandeirada. Japs foi o 2º, enquanto Fernando e Chico ultrapassaram Medeiros na linha de chegada.
A chuva deu uma trégua e a pista começava a secar quando foi dada a largada para a série A, dificultando a vida dos pilotos para acertar o melhor traçado e buscar os limites exatos. Gabriel Meister foi o mais preciso, largando na pole e vencendo de ponta a ponta. Eugenio Westphalen largou em 2º, mas não suportou a pressão e acabou rodando sozinho. O mesmo aconteceu com Eduardo Johnscher na disputa com Germano Pedroso e Matheus Schillo. Na penúltima volta, depois de recuperar várias posições, acabou encontrando Cazu rodado na pista e viu tudo se perder. Germano Pedroso foi o 2º, Schillinho cruzou em 3º, Lucas Monteiro em 4º e Felipe Mathias em 5º. Estes dois acabaram alijados do pódio ao serem penalizados em 10 segundos, punições que foram revertidas depois que os pilotos ingressaram com recursos, deferidos pelo Conselho da RNK.
O 25º GP de Joinville foi desenvolvido no traçado 2, que trouxe novas dificuldades, com o retorno da chuva, na curva de alta no lugar de dois dos tradicionais ganchos. E na série C, quem surpreendeu ao marcar a primeira pole de sua carreira foi Anderson Sgorlon, que parecia também alcançar a primeira vitória defendendo-se dos ataques de Maurino Souza nas primeiras voltas. A partir da metade da prova, contudo, Souza partiu definitivamente ao ataque, trazendo junto Fernando Truiz. Na bateria mais intensa da tarde, a vitória só se definiu na linha de chegada, em favor de Maurino Souza, os três recebendo a bandeirada lado a lado. Não faltaram reclamações por parte de Sgorlon e Truiz – P2 e P3 – pelo excesso de ímpeto do adversário. Alex Junior Motta e Claudio Hermiro Silva completaram o top 5.
A série B teve Eduardo Almeida largando na pole e disputando a ponta com Luizinho Brambila no início. Este, porém, acabou rodando na terceira volta deixando o caminho livre para Almeida. No afã de recuperar posições, Luizinho ainda rodaria mais uma vez sozinho, mas ainda terminaria em 4º. Leandro Schillo superou Ozias Junior na disputa pela segunda posição e Jackson Gonçalves terminou em 5º.
Na série A, Chico Johnscher surpreendeu fazendo a pole, demonstrando destreza em guiar na chuva. Depois de liderar cerca de dois terços da prova, sempre seguido de perto por Diego Bettega, Chico acabou sendo superado por Bettega e Cazu, que vinha em corrida de recuperação depois de largar nas últimas posições. Com a briga forte entre os três pela ponta, Cazu acabou errando e atropelando um fardo de pneus, que se soltou e atingiu Chico Johnscher, quase provocando um incidente de graves proporções. Embora ambos tenham saído ilesos, o prejuízo maior ficou com Chico, ultrapassado por Gabriel Meister, Lucas Monteiro e Germano Pedroso. No final, Cazu acabaria sofrendo penalização de 10 segundos e perdendo a 2ª colocação. Diego Bettega obteve sua primeira vitória na RNK, com Meister, Monteiro, Pedroso e Johnscher lhe fazendo companhia no pódio.
Campeonato
Gabriel Meister assumiu a liderança do 2º turno, com 78 pontos, já descartado o pior resultado (N-1). Eduardo Almeida é o vice-líder, com 73 pontos. Mateus Schillo e Jackson Gonçalves, que lideravam a classificação na primeira rodada, caíram para a 3ª e 4ª posição, com 71 e 68 pontos respectivamente. Completam o top 10 Cazu (67), Felipe Mathias (67), Lucas Monteiro (66), Germano Pedroso (66), Diego Bettega (61) e Chico Johnscher (59).
Entre as equipes, a Alligator’s Arm (Gabriel Meister, Matheus e Leandro Schillo) segue na dianteira com 148 pontos, seguida da Covil IPA (Eugenio Westphalen, Felipe Mathias e Everton Tonel), com 129, e da KartCam 1 (Germano Pedroso, Cesar Japs e Helder Kill), com 119.
Última volta
No período da manhã, duas baterias de treinos foram programadas, a primeira ainda com pista seca. A chuva premiou os pilotos da segunda bateria, que tiveram mais tempo para se adaptar às condições adversas do piso.
Apesar de ter chegado em penúltimo, Bassam Hajar estava exultante. Já retardatário após rodar no início, passou quase metade da prova empurrando Luizinho Brambila depois que este perdeu rendimento ao mergulhar numa poça d’água.
Um verdadeiro show de horrores foi protagonizado por Mayckon Eckstein, que não conseguia manter o kart no traçado. Depois de meia dúzia de rodadas, o piloto recebeu bandeira preta e foi “gentilmente” convidado a se retirar.
Outro que abusou da “condução perigosa” foi Gilmar Coleta. Este, porém, não aceitou a desclassificação, desobedeceu a sinalização e, depois de várias abordagens e ameaça de paralização da prova com bandeira vermelha, os fiscais literalmente atiraram um kart reserva contra o piloto, interceptando-o na marra. O clima esquentou e, não fosse a pronta intervenção dos comissários da RNK, a pista se transformaria num ringue. Em tempo: justas ou não, concorde-se com elas ou não, bandeiras devem ser respeitadas. Cena lamentável.
As famosas zebras raiadas da pista de Joinville foram, mais uma vez, motivo de polêmicas pela dificuldade de controle e critérios bem definidos por parte dos fiscais. Somente na última bateria, depois de um novo briefing com os pilotos da série A, foram colocados cones na curva da vitória para delimitar o traçado.
Visando à maior segurança dos pilotos e preservação dos karts, em função da chuva, a largada foi realizada em fila indiana e deslocada para o fim da reta que sucede a saída dos boxes. A decisão se mostrou acertada, e nenhum incidente foi registrado, ainda que alguns pilotos menos habituados à largada em movimento tivessem provocado a necessidade de uma segunda volta de formação do grid.
A decisão do 2º turno será no dia 22 de outubro, um domingo, no Kartódromo Internacional Beto Carrero, com apoio de Candy Shop, Correta Redações, Azulprime, Acrílico Shalon e Forza Sport. A rodada dupla também vai definir mais 14 classificados para a Superfinal.
