Com 22 pilotos distribuídos em 3 baterias, o GP do Litoral, disputado no último sábado (20) no 34 Kart Indoor, em Matinhos, teve como vitoriosos três pilotos habituados ao pódio: Andrey Lima, Chico Johnscher e Fabio Knabben. Os três venceram de ponta a ponta e marcaram ainda a pole e a melhor volta de suas baterias.
Numa pista de poucos pontos de ultrapassagem, quem foi eficiente no qualify se deu bem, e as emoções ficaram reservadas aos erros e a algumas manobras desastradas.
1ª Bateria
A primeira bateria, reservada aos sete primeiros colocados na etapa anterior, mostrou Andrey Lima, afiado. O Japa não deu chance aos adversários. Ainda na tomada de tempo, cravou o tempo de 33,454s – quase meio segundo à frente de Luizinho Brambila, o P2. Nenhum outro piloto baixou de 34s.
O lance mais emocionante da bateria não ocorreu na prova, mas durante o qualify, quando Marcelo Rosa escapou e bateu na proteção de pneus. Eduardo Johnscher, que vinha um pouco atrás, numa curva de alta sem visibilidade, acertou em cheio no meio do kart de Marcelo. Ambos sentiram a pancada, e Marcelo Rosa não teve condições sequer de alinhar para a largada.
Acesas as luzes verdes, Andrey partiu na frente e foi abrindo vantagem com facilidade. Apenas precisou administrar sua corrida para chegar em primeiro e marcar o melhor tempo do dia (33,188s), 17 segundos à frente de Luiz Brambila, o 2º, uma volta à frente de Rafael Demmer, o 3º.
Eduardo Johnscher largou em 4º e sustentou a posição por algumas voltas, enquanto Ricardo Rocco e Rafael Vianna brigavam pelo 5º, até Eduardo atravessar e ser atingido por Rocco.
Eduardo teve de parar para trocar de kart, pois numa das batidas, provavelmente, soltou-se a mangueira de gasolina e o piloto sofreu pane seca. Rafael Vianna aproveitou para herdar a 4ª posição e sustentou o assédio de Eduardo nas últimas voltas. Rocco começou a enfrentar problemas de dirigibilidade e abandonaria algumas voltas antes do fim. “Passei o de macacão verde, abri um pouco de distância, mas depois de algumas voltas o kart perdeu rendimento e começou a ficar impossível fazer curva, comecei a perder posições e achei melhor abandonar a corrida”, lamentou ele.
Andrey conta que sua maior preocupação foi preservar o chassi, que batia no chão em algumas curvas. Ele elogiou a organização da prova e destacou o excelente tratamento da equipe do kartódromo. “O que realmente me surpreendeu foi o traçado, a pista é estreita, mas mesmo assim é muito bom, é necessário utilizar várias técnicas, assim como ser muito resistente a fadiga”, concluiu o vencedor.
2ª Bateria
Na segunda bateria, a vitória de Chico Johnscher foi ainda mais avassaladora. Depois de fazer a pole em 33,812s – mais de um segundo à frente de Carlos Feijão, o segundo no grid – o piloto da Johnscher Racing venceu com facilidade e chegou uma volta e meia à frente de Bruno Vianna.
Se Chico sobrou na frente, atrás não faltou emoção. Logo no fim da primeira volta, Eduardo Bettega (P4) forçou ultrapassagem sobre Bruno Vianna na curva do placar e os dois foram parar nos pneus, caindo para as últimas posições. Carlos Feijão não conseguiu, a bordo do mesmo kart com que Ricardo Rocco correra na bateria anterior, sofria para fazer curvas. Foi perdendo posições até decidir fazer um pit stop para trocar o equipamento: a porca de um cubo de roda se soltara. Ele acabaria decepcionado, em 5º.
Com bastante regularidade, Menyr Zaitter avançava do 6º para o 2º posto, até ser alcançado por Eduardo Bettega e Bruno Vianna, que se recuperavam.
A cerca de dez voltas do fim, Bettega protagonizou o lance mais polêmico da bateria. Ao arriscar a ultrapassagem, tocou a traseira de Menyr, que foi parar nos pneus, encavalado sobre o kart do rival. Bruno acabou herdando a posição, assim como José Revoredo e Rodolpho Bettega, que terminaram em 3º e 4º. Zaitter e Eduardo Bettega acabaram nas duas últimas colocações.
No final da prova, Menyr, inconformado, exigia punição para Bettega. Depois, isentou o ex-companheiro de equipe: “Vi o vídeo [on-board de Eduardo Bettega], foi toque normal de corrida.”
Para Bruno, contudo, a culpa foi do piloto da RBR, de quem teria levado três toques já na primeira volta, que levou ambos aos pneus. Depois que voltaram à corrida “começamos, eu e meu algoz, uma corrida de recuperação, mas antes ele me passa, não sem antes dar aquele toquinho desestabilizador”, ironizou Vianna.
Chico Johnscher comemorou muito a vitória depois de um ano de jejum, e também não poupou elogios à dedicação e ao empenho à família Morselli, responsável pelo kartódromo. “O atendimento que nos oferecem não tem preço, é uma satisfação correr lá”, afirmou.
3ª bateria
A última bateria foi, tecnicamente, um pouco mais fraca, reunindo os pilotos de pior colocação no campeonato e alguns estreantes na RNK. Mesmo assim, contou com pilotos que já detinham vitória em seus currículos: Fabio Knabben, Marjorie Johnscher e Edinho Marques, este retornando à Copa RNK depois de dois anos.
Knabben também venceu com facilidade. Fazendo a pole com o tempo de 34,797, ele não chegou a ser ameaçado. Nas duas primeiras voltas, Marjorie Johnscher, largando em 2º, ainda conseguiu acompanhá-lo de perto, mas não sustentou o ritmo do líder. Aos poucos, porém, viu a distância para o 3º, o catarinense Franciel Vivan, reduzir drasticamente a diferença.
Marjorie, contudo, fez prevalecer seu maior conhecimento do traçado e não permitiu qualquer manobra efetiva de ataque do adversário e ainda negociou melhor as ultrapassagens sobre os retardatários. “Sei que estava entre os favoritos nessa bateria, mas nos treinos já deu pra ver que o Fabio era muito mais rápido, então me concentrei para garantir o segundo lugar”, explicou Marjorie.
No final, foi a bateria que teve mais pilotos completando o mesmo número de voltas (35, uma a menos que as baterias anteriores). A diferença entre os dois primeiros foi de 24s. O 4º foi Alessandro Trevisan, que conquistou seu primeiro pódio e foi o único a efetivamente ganhar uma posição na pista e, ainda assim, porque Edinho Marques precisou de uma parada para trocar de kart.
Edinho Marques chegou em 5º, uma volta atrás, mas foi penalizado e caiu para último por não atingir o limite mínimo de 80kg. Na pesagem, constatou-se a falta de meio quilo, decorrente de um compartimento de sua caneleira que rasgou.
Herdaram uma posição na classificação Kleber Borges, Laertes Antunes e Dani Böhm. Esta com 8 voltas de atraso, se mostrava exausta e confessou não sentir força para contornar a curva do placar. Mesmo assim, não perdeu o bom humor. “Pra variar tomei volta, na próxima ou melhoro ou troco de hobby”, brincou a moça nas redes sociais.
A RNK volta para a pista no dia 19 de março em São José dos Pinhais. Se não chover no único kartódromo do Brasil onde não se corre no molhado…
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