Depois de algumas participações avulsas em 2020 e 2021, Luizinho Brambila está de volta à Copa RNK de rental kart e mostrou toda a disposição em vencer o 2º turno. O piloto da Tartarugator’s ganhou suas duas baterias no último sábado de julho (30) no Kartódromo Internacional de Joinville. Gabriel Meister (Los 3 Karteiros) e Thiago Vasconcellos (Covil Bier Racing) foram os outros vencedores. Um total de 52 pilotos participou da rodada, que teve 26 karts na pista em cada uma das quatro baterias do dia.
Sem terem corrido o 1º turno, Luiz Brambila e Felipe Mathias iniciaram a rodada na série B e já mostraram as credenciais saindo na primeira fila. Mathias foi mais eficiente e pulou na frente, mas só sustentou a ponta por algumas voltas. Depois que conseguiu a ultrapassagem, Brambila abriu vantagem confortável e só precisou administrar a liderança para vencer a primeira bateria do 20º GP de Joinville com mais de 10 segundos de folga. Sem perspectivas de ameaçar o adversário, e também sem sofrer ataque, Felipe Mathias se acomodou na 2ª posição. O terceiro colocado foi um estreante na Copa RNK, Lucas Monteiro. Este, sim, teve bastante trabalho para ganhar a melhor batalha da bateria contra Marcos Martins e Adriano Goulart, que fez uma ótima largada, saindo da 5ª fila para assumir a 3ª posição. O melhor avanço, porém, coube a Eduardo Almeida, que largou na última fila e superou uma a um os oponentes para chegar em 4º. Goulart terminou em 5º, Martins em 6º, Tiago Jordão em 7º e Maurino Souza em 8º. Otto Jr. cruzou em 9º, mas sofreu uma punição e perdeu o posto. O 9º lugar coube a Diego Bettega, com Marcelo Tirisco em 10º.
A série A teve o domínio de Gabriel Meister, que largou na pole e venceu de ponta a ponta. Guilherme Medeiros largou em 2º, mas foi superado por Jackson Gonçalves e Eugênio Westphalen logo no início e foi ficando para trás. Foi no 2º e 3º pelotão, então, que aconteceram as melhores disputas, envolvendo, além de Jack e Eugênio, Cazu, Saito, Eduardo Johnscher, Tonel, Mathoso, Medeiros, Tido Olmedo, Tarachuka, Luis Roberto e Emygdio Westphalen. Mas quem veio quietinha escalando o pelotão, depois de sair na última posição por trocar de kart antes da largada, foi Claudinha Cardozo. Ela terminou em 3º, logo atrás de Jackson Gonçalves. Fábio Mathoso e Eugênio Westphalen completaram o pódio. Guilherme Medeiros e Junior Cazu cruzaram em P6 e P7, mas sofreram penalização e caíram para P9 e P10. Tido Olmedo foi 6º, Marcelo Saito o 7º e Luis Roberto o 8º.
Ao contrário da primeira, que foi desenvolvida no traçado completo tradicional, a segunda prova do dia, o 21º GP de Joinville, utilizou o traçado 4, que exclui os dois primeiros cotovelos do miolo e transforma a pista em um circuito de alta, com a volta na casa dos 42 segundos.
O pódio da série B foi dominado pelos pilotos rebaixados da série A anterior. Fabio Junior Costa largou na pole ao lado de Thiago Vasconcellos, mas Denis Valente – saindo em P3 – assumiu a dianteira ainda na primeira volta. Os três disputaram a ponta até a metade da prova, quando Fabinho e Denis se enroscaram na curva 5, abrindo caminho para a segunda vitória de Thiago na RNK. O piloto da Covil Bier soube se defender bem dos ataques de Anderson Pereira e só respirou aliviado quando este foi ultrapassado por Emygdio Westphalen, a poucas voltas da bandeirada. Emygdio e Pereira finalizaram em 2º e 3º a poucos décimos. O estreante Willian Kupka chegou a ocupar a quarta posição depois do incidente entre os ponteiros, mas Fabinho e Denis o ultrapassaram para chegar em 4º e 5º, assim como Karina Cardozo e Gilmar Coleta. Estes, porém, foram punidos e Kupka herdou a 6ª colocação, Chico Johnscher a 7ª e André Maschio a 8ª.
Essa, aliás, foi a bateria que mais deu trabalho aos fiscais, que não economizaram na bandeira diagonal preta e branca. Com Anderson Rocha e Bruno Tarachuka também penalizados, Paulo Henrique Zen e Marjorie Johnscher completaram os dez primeiros.
Na série A, mais uma pole e vitória de Luizinho Brambila, que só foi ameaçado por Gabriel Meister – depois de ótima largada saindo na 3ª fila – nas primeiras voltas. O melhor da prova ficou concentrado no segundo pelotão, com mais de quinze karts brigando por espaço na pista e alternando posições. Depois de algumas voltas, Fábio Mathoso e Claudinha Cardozo conseguiram fugir e seguiram no encalço de Meister. Mathoso levou a melhor, terminando em 2º, com Meister em 3º e Claudinha em 4º. A briga pelo 5º lugar, entretanto, se manteve aberta, entre Maurino Souza – que surpreendera largando na 2ª fila – Tido Olmedo, Junior Cazu e Everton Tonel. Um pouco mais atrás, Eduardo Johnscher – depois de ótima largada saindo da 9ª fila –, Diego Bettega, Luis Roberto, Tiago Jordão, António Keps, Eduardo Almeida, assim como Jackson Gonçalves, Lucas Monteiro, Adriano Goulart e Felipe Mathias – que vinham galgando posições depois de largarem no findo do grid – promoviam pegas de tirar o fôlego. Jordão foi com muita sede ao pote na curva 5, acabou acertando Keps e os dois ficaram fora da disputa.
Na última volta, quando todos os olhos se voltavam para a disputa pelo 2º lugar, a briga pelo último lugar do pódio é que reservaria a maior emoção – e susto. Cazu e Tonel rasgaram a grande reta emparelhados, com Tido e Maurino no encalço em direção à linha de chegada. Nem Cazu nem Tonel aliviou e ambos foram parar na barreira de pneus logo após a bandeirada. Acabaram penalizados. Tido teve cautela e habilidade para cruzar ileso, mas Maurino não conseguiu controlar, bateu forte e também acabou punido. A 5ª colocação sobrou para Tido Olmedo, enquanto Jackson Gonçalves, Eduardo Almeida, Diego Bettega, Luis Roberto e Felipe Mathias herdaram as demais posições do top 10.
As duas vitórias em Joinville colocaram Luizinho Brambila no topo da tabela na arrancada pelo título do 2º Turno, com 53 pontos. Gabriel Meister é o vice-líder com 46, seguido de Fábio Mathoso (42), Claudinha Cardozo (41), Jackson Gonçalves (40), Eduardo Almeida (36), Felipe Mathias e Tido Olmedo, ambos com 35. Anderson Pereira e Diego Bettega, com 29 pontos, fecham a lista dos 10 primeiros.
Entre as equipes, a liderança é da Box45 Locbus (Claudinha Cardozo/Jackson Gonçalves), com 81 pontos. A Covil Bier Racing IPA (Eugênio Westphalen/Thiago Vasconcellos/Felipe Mathias) é a 2ª com 78 e em 3º lugar está a Tartarugator’s 1 (Luiz Brambila/Junior Cazu/Anderson Vieira) com 77.
Por mais que receba críticas por parte de alguns pilotos, o Kartódromo de Joinville está, indiscutivelmente, dentre os que oferecem a melhor estrutura para a prática do rental kart. O Parque Integrado segue em ampliação e, para 2023, um novo complexo esportivo estará em funcionamento, incluindo reforma da pista para adequação aos padrões FIA e área de alimentação.
Os resultados e mapas de cronometragem demonstram que a equalização dos karts foi satisfatória, dentro da margem esperada para o rental kart. Na medida do possível, a organização retirou de circulação os karts visivelmente mais rápidos ou mais lentos.
Os pilotos demonstram cada vez mais maturidade e familiaridade com o novo processo de largada em movimento implantado na Copa RNK. Nas quatro baterias a largada ocorreu sem incidentes, exceto pela afobação de Junior Cazu, que na primeira bateria da série A saiu do alinhamento antes da marca da marcação permitida e quase “atropelou” o cone que delimita os corredores. A manobra foi considerada queima de largada, e o piloto foi punido em 10 segundos.
Penalizações, aliás, bateram o recorde nesta rodada. Foram nada menos que 32 punições aplicadas a 17 pilotos, isso porque muitos receberam mais de uma. Anderson Rocha e Bassam Hajar, por exemplo, foram penalizados quatro vezes cada um, sendo que Bassam conseguiu a façanha de receber bandeira preta, “convidado” a se retirar da pista por “direção perigosa”. Em toda a história da Copa RNK, isso só havia acontecido uma vez, em 2013, quando Silvio Pariz foi desclassificado no Raceland.
O grande vilão das punições foram os cones e zebras raiadas que, conforme briefing antes da largada, definiriam os limites da pista que deveriam ser respeitados na curva da vitória e na curva 5.
Das 32 punições aplicadas, duas geraram protesto formal acompanhado do depósito de R$ 100, conforme regulamento, por parte de Karina Cardozo. Ambos os recursos foram julgados improcedentes, e o acréscimo de 20 segundos no tempo de prova foi mantido.
Poucos, no entanto, questionaram as penalizações recebidas. Mayckon Eckstein reconheceu a atuação da equipe de fiscais da RNK que, segundo ele, “cada vez mais merece os parabéns”. O piloto da Bagrinho’S Kart também elogiou a equalização dos karts e destacou a emoção de correr num grid com mais de 20 karts. “Minha corrida em Joinville não foi das melhores devido ao meu peso de 111 kg totais equipado, porém me surpreendi com meu desempenho no segundo traçado, que foi bem bacana, mesmo correndo com pilotos que despontam no campeonato e agora é bora pra Ascurra, completou Eckstein.
Otto Jr. e Maurino Souza estão entre os que contestaram as punições sofridas. Ambos foram orientados a formalizar recurso, mas não o fizeram dentro do prazo e as reclamações posteriores não foram aceitas. Souza, um dos envolvidos no acidente na chegada da última bateria, acusou o kartódromo de “injustiça praticada por um fiscal que pra mim não entende de corrida de kart”, eximindo a responsabilidade da RNK. “Eu vinha meio segundo atrás dos três que estavam na minha frente, como vou me lançar sobre o sensor a fim de ganhar uns décimos ali? Freei para não bater”, questionou ele. Certo ou errado, o fato é que no briefing ficou bem claro que o piloto que invadisse a área de escape após a linha de chegada seria punido…
Bruno Tarachuka, penalizado nas duas provas, assumiu a responsabilidade pelos erros. “Não sabendo que poderia ser pior, fui lá e soube”, ironizou o piloto. E cravou: “Foi meu pior resultado desde que comecei a correr de kart”.
Um dos mais inconformados no final da prova era António Keps. Disputando a 5ª posição, o piloto da Tartarugator’s reclamou muito da agressividade de Jackson Gonçalves na busca por espaço e lamentou ter levado um toque de Tiago Jordão que o tirou da briga.
De outro lado, Denis Valente era um dos mais exultantes. “Larguei em P3 e logo na primeira curva, como larguei por dentro, fui para P2. Ainda na primeira volta fui para P1. Liderei boa parte da prova e até a metade da corrida, estávamos batalhando forte com o Thiago Vasconcellos e com o Fabio Costa. Mas numa das curvas tomei um toque do Fabio e acabei caindo para P7. Consegui recuperar algumas posições e, nas últimas 3 voltas, fiquei alternando posições com o Fabio Costa lutando por P4. No final, cheguei em P5”, relembra Denis.
O mais satisfeito, por motivos óbvios, era Luizinho Brambila. “Foi um retorno fantástico, rever os amigos relembrar velhas histórias e começar a criar novas. A guerra psicológica começou um dia antes, foi bem divertida e me motivou a entrar na pista mais concentrado do que nunca”, confessou o líder do campeonato. “O pelotão da frente da A disputaria o título em qualquer campeonato nacional, são pilotos muito qualificados, mas consegui usar toda a experiência pra fazer a pole e liderar a corrida de ponta a ponta”, exultou Luizinho, que agora torce para que “Ascurra consiga entregar equipamentos competitivos para que as disputas na pista continuem fantásticas.”
No final do evento, Luizinho dedicou seu retorno à RNK e as vitórias em Joinville ao piloto Menyr Zaitter, um dos precursores da Copa RNK, falecido no sábado anterior.
A Copa RNK, com o apoio dos parceiros Azulprime, Acrílico Shalon, Correta Redações, Candy Shop e Canal RafaBin, terá seguimento no Kartódromo de Ascurra, no Médio Vale do Itajaí, no dia 27 de agosto. As inscrições para a prova abrirão nesta quarta-feira (10).
