Cazu conta com a sorte e conquista mais um título

Endurance individual foi marcado pelo excesso de erros na parada obrigatória.

Cazu (1) conquistou o 2º turno com um ponto à frente de Medeiros (14).
24/10/2024 – Redação, com fotos de Mari Coelho.

Em prova esvaziada pelo elevado custo da inscrição e pela previsão de chuva – que parou no fim da manhã, e na corrida a pista já estava seca –, apenas 25 pilotos foram a Joinville para a decisão do 2º turno da 13ª Copa RNK no último sábado (19). O número reduzido de competidores, contudo, não diminuiu a emoção na disputa das duas baterias desenvolvidas no formato endurance, com 55 minutos de duração e uma parada obrigatória para troca de kart. Ao contrário do 1º turno, desta vez nenhum piloto foi eliminado por fazer a parada fora da janela de abertura dos boxes; entretanto, nada menos do que sete foram penalizados por não cumprirem o tempo mínimo de seis minutos estabelecido no briefing. Um deles foi o próprio Cazu, cuja volta de parada foi completada em 5:59.651, mas, beneficiado por erros de seus concorrentes, sagrou-se campeão mesmo terminando a corrida em 8º.

Série B

Emygdio guiou muito e obteve a segunda vitória no ano.

Adriano Goulart fez a pole, mas o mais rápido na largada estilo Le Mans foi Fábio Mathoso. Sua liderança, todavia, foi efêmera e logo Goulart assumiu a ponta e abriu grande vantagem na dianteira. Emygdio Westphalen, que constatou um pneu murcho no alinhamento do grid, trocou de kart e, depois de largar em 9º, escalou o pelotão e passou a disputar com Mathoso a 2ª colocação. Surpreendentemente, quando abria cada vez mais distância na dianteira, Adriano Goulart antecipou sua parada e não manteve o mesmo ritmo no segundo stint.

Depois de todas as paradas realizadas, Mathoso e Emygdio travaram embate frenético pela vitória, definida em favor de Emygdio. Mathoso acabaria penalizado em uma volta por errar a parada em 666 milésimos. Anderson Sgorlon herdou o 2º lugar depois de intensa disputa com Éverton Tonel, que também foi punido – em duas voltas – por erro na parada. O pódio foi preenchido por Thiago Vasconcellos, Ozias Júnior e Gilmar Coleta.  

Série A

Em sua melhor temporada, Guilherme Medeiros conquistou a 5ª vitória no ano e o vice-campeonato nos dois turnos.

Felipe Mathias fez a pole, mas demorou para acelerar e perdeu várias posições na largada e Antonio Honesko, 2º no grid, assumiu a ponta. Depois de algumas voltas, Mathias aparecia na dianteira, posição que manteria após a realização das paradas, enquanto Cazu, Guilherme Medeiros, Antonio Honesko e Mário Ulandowski brigavam pela 2ª colocação. Porém, na cronometragem, Mário misteriosamente aparecia na liderança, duas voltas à frente dos demais, e acabaria sendo o primeiro a receber a bandeirada – de forma apenas protocolar, uma vez que o piloto havia errado a sua parada em pouco mais de dois minutos, daí sua “vantagem” de duas voltas…

O mesmo ocorreu com Duddu Possebom, o 2º na cronometragem, que errou a parada em um minuto. Assim, a vitória iria para as mãos de Felipe Mathias, com Cazu em 2º. Ledo engano… Ambos também foram surpreendidos por erros de parada – 332 e 349 milésimos respectivamente, assim como Honesko, o 4º. A vitória acabou caindo no colo de Guilherme Medeiros, que por muito pouco também não foi penalizado, realizando a parada em 6:00.270. Com todas as punições contabilizadas, Eugênio Westphalen foi o 2º, Diego Bettega o 3º, Eduardo Johnscher o 4º e Anderson Vieira o 5º.

Campeonato     

Cazu conquistou o 1º turno com 111 pontos, apenas um à frente do vice-campeão, novamente Gui Medeiros, e dois à frente do 3º, Anderson Vieira. Eugênio Westphalen foi o 4º, com 107, e Diego Bettega o 5º, com 106. Completaram o top 10 Eduardo Johnscher (100), Chico Johnscher (96), Emygdio Westphalen (94), Felipe Mathias e Antonio Honesko (ambos com 92).

Entre as equipes, a Tartarugators 1 (Cazu, Medeiros e Vieira) repetiu o título do 1º turno, com 269 pontos, a Covil Beer IPA (Eugênio, Bettega e Tonel) ficou em 2º, com 213, e a Johnscher Racing (Eduardo, Chico e Marjorie Johnscher) em 3º, com 191.


Última volta

Um mix de desapontamento, inconformismo e até um pouco de graça tomou conta dos pilotos que erraram a parada. Enquanto uns tentavam entender o que podia ter dado errado, outros colocavam em dúvida o sensor de cronometragem. Fato é que não é simples efetuar o próprio controle, acionar o cronômetro durante a pilotagem e identificar com precisão a linha do sensor.

Fábio Mathoso, por exemplo, demorou uma volta para encontrar o cronômetro que levava pendurado no pescoço, enquanto Adriano Goulart quase provocou um grave acidente ao sair dos boxes olhando o relógio sem perceber a aproximação de Emygdio Westphalen, que o atingiu violentamente na traseira.

Duddu Possebom errou por um minuto devido à desatenção. Ele simplesmente esqueceu que, durante o briefing, o tempo de parada foi alterado de 5 para 6 minutos. A explicação de Mário Ulandowski, porém, foi a mais pitoresca. O piloto achou mais prático controlar a parada pelo kart que entrou no box logo à sua frente; ao sair, no entanto, ele confundiu os capacetes e tomou como referência Chico Johnscher, que havia parado mais de dois minutos antes… Detalhe: se tivesse “acertado”, sua referência seria justamente Possebom…

10º colocado na pista, Anderson Vieira se dirigiu diretamente para os boxes ao final da bateria. Só mais tarde ficou sabendo que, com as cinco punições na bateria, tinha direito ao troféu de 5º lugar. Levou o prêmio, mas perdeu a foto do pódio.

Excetuando-se as superfinais, que têm limite de vagas, o grid de Joinville foi o menor já verificado na história recente da Copa RNK, inferior até mesmo aos do período de pandemia. Além do custo, um dos fatores que afugentou muitos pilotos foi a previsão de fortes chuvas, que não se concretizaram. Choveu um pouco durante a manhã, mas toda a prova acabou realizada com pista completamente seca.

A inclusão de dois pilotos na última hora – entre eles o campeão brasileiro Cesar Santos – revoltou António Keps, remanejado da série B para a série A. A inscrição após o prazo, porém, está prevista no regulamento caso haja vagas.

Dentre os dez primeiros na classificação do 2º turno, sete já haviam obtido vaga na Superfinal no primeiro semestre: Cazu, Guilherme Medeiros, Emygdio Westphalen, Antonio Honesko, Diego Bettega, Felipe Mathias e Anderson Vieira. As novidades foram Eugênio Westphalen, Eduardo e Chico Johnscher, que se juntam aos outros três classificados do 1º turno, Anderson Sgorlon, Fábio Mathoso e Marcelo Tirisco. Mais onze nomes completam as 24 vagas pela soma dos dois turnos: Mario Ulandowski, Gilmar Coleta, Thiago Vasconcellos, Duddu Possebom, António Keps, Anderson Rocha, Everton Tonel, Vagner Veiga, Marjorie Johnscher, Fábio Packer e Ozias Jr.

A Superfinal está marcada para o dia 16 de novembro no Kartódromo Internacional Beto Carrero, com apoio de Azulprime, Candy Shop, Correta Redações e Acrílico Shalon.