Depois de uma pausa de mais de dois meses, os pilotos da RNK entraram novamente em ação no último sábado (19), no Kartódromo Internacional Beto Carrero, em rodada dupla que abriu o 2º turno do campeonato. Em jogo, o início da disputa do título da 2ª fase e mais 12 vagas para a Superfinal a ser realizada em dezembro.
Duas novidades deram um brilho a mais às provas: o inédito traçado 7, utilizado pela primeira vez na RNK, e a transmissão ao vivo das quatro baterias proporcionada pela RA Racing, com narração do experiente locutor Alan Aguiar.
Com 31 pilotos aptos a largar, a divisão das baterias na primeira etapa seguiu o formato adotado neste ano pela RNK: a série A, composta pelos 15 pilotos mais bem classificados no 1º turno, e a série B com os 16 restantes. Na segunda etapa, os pilotos foram reagrupados reunindo os melhores de cada uma das baterias da primeira prova na série A e os demais na B.
“Rebaixado” para a série B pelas quebras nas últimas duas provas do primeiro semestre, Chico Johnscher se apresentou como natural favorito à vitória na primeira bateria do dia. Quem roubou a cena, entretanto, foi sua companheira de Johnscher Racing. Única a baixar de 1’10 no qualify, Marjorie Johnscher largou na pole e venceu de ponta a ponta, marcando ainda a melhor volta da prova, desenvolvida no traçado 1, o tradicional do kartódromo.
Assim que baixou a bandeira, Marjorie pulou na frente, enquanto Marcos Martins e Anderson Vieira estabeleciam intensa disputa pela segunda posição. Pouco mais atrás, Juliano Cunha, Elvira Cilka, Paulo Taylor, Emygdio Westphalen e Marcelo Rosa formavam outro bloco.
Marjorie aproveitou para abrir vantagem, enquanto Marcelo Rosa escalava o pelotão para se consolidar em 4º e Cunha rodava na curva 1, ficando alijado da briga.
Na parte final da prova, Marcos Martins se firmou na 2ª posição e Anderson Vieira passou a sofrer a ameaça de Marcelo Rosa, em disputa que durou até as últimas voltas, quando Marcelo assumiu a 3ª colocação, numa brilhante recuperação depois de largar em P8.
A briga pelo último degrau no pódio também só teve desfecho na chegada, em favor de Westphalen, com Paulo Taylor em 6º e Elvira Cilka em 7º. Chico Johnscher, em corrida discreta, até se aproximou do grupo sem, no entanto, efetiva chance de ataque, terminando em 8º.
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A bateria principal da primeira etapa teve como protagonistas dois pilotos da TK Racing: Rafael Demmer, largando na pole, e Luizinho Brambila, largando logo atrás na segunda fila. Andrey Lima, P2 na primeira fila, largou mal e permitiu que Brambila assumisse a segunda posição.
O que se viu a partir daí foi uma perfeita estratégia de equipe entre os dois pilotos da TK Racing, que utilizaram perfeitamente o vácuo e se empurraram sem disputar posição para abrir vantagem bastante confortável. Andrey Lima se manteve tranquilo em 3ª, sem ser ameaçado.
As brigas ficaram restritas, assim, a um pelotão disputando o 4º lugar, composto por Carlos Feijão, Alessandro Trevisan, Nito Ramirez, Renato Braga, Everson Calaes e Anderson Rocha, e outro mais atrás formado por Eduardo Johnscher, Bruno Rocha, Eugenio Westphalen, Felipe e Beto Carneiro.
Em ambas, as trocas de posições foram permanentes ao longo de toda a prova, e na primeira alguns toques geraram até animosidade entre alguns pilotos. Braga cogitou entrar com recurso contra uma atitude antidesportiva por parte de Calaes, que depois da prova disponibilizou seu vídeo on-board para a Organização. Após analisá-lo, o Conselho Deliberativo da RNK considerou o incidente normal de corrida. “O nível da RNK está alto e muitos karts andando grudados o tempo todo, os toques acabam sendo inevitáveis”, justificou Alessandro Trevisan.
Quando tudo parecia se encaminhar para um final previsível e um jogo de amigos na ponta, eis que viriam os momentos mais emocionantes do dia. Luizinho resolveu partir para o ataque nas últimas voltas e assumiu a ponta a três voltas do fim. Demmer deu o troco no final da penúltima volta e ambos completaram a prova alternando-se na liderança. Luizinho cruzou a linha de chegada um décimo de segundo à frente do companheiro de equipe Rafael Demmer.
Na briga pelo 3º a briga não foi menos empolgante. Andrey Lima viu sua vantagem evaporar e foi ultrapassado por Alessandro Trevisan e Anderson Rocha. Carlos Feijão também chegou na disputa, que também só se definiu na última volta, com Andrey reconquistando o 3º lugar. Anderson foi o 4º, Feijão o 5º e Trevisan o 6º.
Respectivamente 7º, 8º e 9º, Everson Calaes, Nito Ramirez e Bruno Rocha também terminaram a prova colados. Mesmo nas últimas posições, também houve definição somente na chegada entre Renato Braga e Felipe Carneiro (10º e 11º) e Eduardo Johnscher, Beto Carneiro e Eugenio Westphalen (12º, 13º e 14º). Franciel Vivan abandonou a prova a quatro voltas do fim quando ocupava a última posição, desolado com o baixo rendimento do seu kart.
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Os maus resultados da primeira prova derrubaram pilotos fortes para a série B na segunda etapa, o que tornou a prova bastante atraente, principalmente levando em consideração o ineditismo do traçado 7, mais curto, com uma chicane apertada e a famosa “pá-de-pedreiro”, o cotovelo que leva à curva da vitória.
Com pouco tempo para se adaptar ao traçado, os pilotos se revezavam nos melhores tempos durante o qualify, misturando os mais e os menos experientes nas primeiras posições do grid. Felipe Carneiro (pole) e o estreante Felipe Fontana ocuparam a 1ª fila, Bruno Rocha e Nito Ramirez a 2ª, Franciel Vivan e Renato Braga a 3ª.
Na largada, Carneiro ficou parado e quem pulou na frente foi Felipe “Limão” Fontana, seguido de Bruno e Nito, com o pole caindo para 4º. A inexperiência do Limão, entretanto, cobrou seu preço, e o piloto não suportou a pressão dos concorrentes e foi perdendo terreno.
Nito e Bruno brigaram durante algumas voltas até este se estabelecer na ponta, enquanto Nito em 2º, sem ser ameaçado, também corria tranquilo. Nessa fase da prova, a disputa mais interessante se dava no pelotão formado por Franciel, Carneiro, Chico, Renato Braga e os primos Fontana, Julian e Felipe.
Assim que superou Franciel, Carneiro partiu ao encalço dos líderes, estabelecendo a melhor volta da bateria. No último terço da prova, Bruno Rocha, que liderava confortavelmente, viu Nito Ramirez diminuir a diferença e a vitória lhe escapar a poucas voltas do fim, quando bateu em um retardatário que rodou à sua frente na chicane.
Nito conquistou sua primeira vitória na RNK e Bruno ainda teve de lutar para suportar a pressão de Felipe Carneiro, que chegou em 3º. As últimas voltas ainda reservaram uma briga intensa pelo 4º lugar, que ficou nas mãos de Chico Johnscher, com Franciel Vivan cruzando em 5º e Renato Braga em 6º.
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A última bateria do dia foi simplesmente um passeio de Luizinho Brambila. Largando na pole, ele venceu de ponta a ponta com sobra, abrindo 13 segundos sobre o companheiro de equipe Rafael Demmer, garantindo a dupla dobradinha da TK Racing. Só para que se tenha ideia, a melhor volta de Brambila foi meio segundo mais rápida que a de qualquer outro competidor, o que não é pouco para um circuito abaixo de 40 segundos.
As atenções então se voltaram para… o resto. Andrey Lima, 3º no grid, largou mal e fechou a primeira volta apenas na 7ª posição. Um pelotão compacto se formou entre Paulo Taylor, Marcos Martins, Everson Calaes, Anderson Vieira, Andrey Lima e Marcelo Rosa, com eventuais trocas de posição. Um erro de Andrey ao acertar os pneus na pá-de-pedreiro, entretanto, tirou Vieira, que vinha logo atrás e não consegui segurar, da disputa.
Andrey conseguiu, aos poucos, escalar o pelotão até alcançar a 4ª colocação. Marcos Martins se distanciou do bloco firmando-se em 3º, coroando o sábado com dois pódios. Calaes foi o 5º completando o pódio dessa bateria.
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Não se pode deixar de elogiar os bastidores da prova, cuja organização foi impecável para um evento desse porte. Karts bem equilibrados, com diferença de desempenho dentro dos limites aceitáveis, nenhuma quebra, cronometragem perfeita e a presteza dos responsáveis pelo Kartódromo Beto Carrero são dignos de reconhecimento.
Da mesma forma, transmissão ao vivo sob responsabilidade da RA Racing foi um sucesso, tanto pela qualidade das imagens, o profissionalismo do narrador Alan Aguiar – demonstrando conhecimento sobre os pilotos e o regulamento da Copa RNK – quanto pelo público alcançado: mais de duas mil visualizações.
Parabéns aos envolvidos!