O que começou discretamente em 2012 como um mero hobby para um grupo de ex-rallyzeiros aficionados por velocidade, completou, em 2016, sua quinta temporada. Nesses cinco anos, dez kartódromos serviram de palco para 139 pilotos diferentes participarem de 60 provas. Em média, 17,4 pilotos alinharam no grid, num total de 1042 largadas.
Em 2016, 28 pilotos dentre 53 participantes debutaram na Copa RNK, embora 15 deles tenham corrido uma única vez.
A sexta temporada da RNK começa só em março, mas brinda seus seguidores com esta edição especial: uma retrospectiva de tudo que aconteceu em 2016 e em cinco anos de história. Sucesso que teve a participação direta dos parceiros sempre presentes: Candy Shop, 82 Design, Adsive, Família Scopel, General Chopp n’ Beer e Correta Redações. Agradecimentos também a Clayton Medeiros, fotógrafo oficial da Copa RNK e responsável por boa parte das imagens desta reportagem.
Pela primeira vez na história, a RNK poderia ter, em 2016, três campeões diferentes. É que o regulamento desdobrou o campeonato em três fases: uma no 1º semestre – o Troféu Candy Shop –, uma no 2º – o Troféu 82 Design – e uma Superfinal. Mas não foi o que aconteceu. Luizinho Brambila sobrou nas pistas e conquistou os três títulos, juntando-se a Chico Johnscher, Eduardo Johnscher e Andrey Lima na galeria dos campeões da Copa RNK
Chico foi o bicampeão geral nas duas primeiras temporadas, cujo regulamento dividia os pilotos em duas categorias: A (até 80kg) e B (acima de 80kg). Nas duas oportunidades, Eduardo Johnscher obteve o título da classe B e foi vice-campeão na Geral.
Em 2014, o campeonato passou a ser disputado em categoria única. Eduardo Johnscher foi o campeão e Andrey Lima, o vice. Em 2015, Andrey conquistou o título e Fabio Knabben foi vice.
Os vice-campeões, aliás, também merecem ser lembrados. São eles Priscila Driessen (vice na Classe A em 2012), Rodolpho Bettega (vice na Classe B em 2012), Marcelo Rosa (vice na Classe A em 2013), Guilherme Szpigiel (vice na Classe B em 2013), Bruno Vianna (vice no Troféu Candy Shop em 2016), Rafael Demmer (vice no Troféu 82 Design em 2016) e Chico Johnscher (vice na Superfinal em 2016).
Somente Chico e Eduardo Johnscher participaram de todas as 60 provas da RNK. Marjorie Johnscher se ausentou apenas de uma prova; Carlos Feijão, de duas; Marcelo Rosa, que só havia deixado de participar das quatro primeiras provas de 2012, se ausentou de mais duas em 2016.
Além desses, os mais assíduos são José Revoredo (51 provas), Rafael Vianna (48), Eduardo Bettega (45), Rodolpho Bettega (40), Bruno Vianna e Menyr Zaitter (36).
O desdobramento de uma etapa em duas ou mais baterias – inovação do regulamento de 2016 – permitiu que 9 novos vitoriosos se juntassem aos 12 pilotos que já haviam subido ao topo do pódio. Três deles são veteraníssimos na Copa RNK: Marcelo Rosa, que venceu logo duas, Rafael Vianna e Carlos Feijão – este quebrou um jejum de 48 corridas ao vencer uma das baterias do 2º GP de Indaial. A recordista era Marjorie Johnscher, cuja espera fora de 45 provas, marca igualada por Marcelo Rosa ao vencer o GP Sandro Munari, em março, no Kartódromo de S. J. dos Pinhais.
Os outros pilotos que subiram pela primeira vez ao lugar mais alto do pódio da RNK foram Rafael Demmer e Kleber Borges, que também venceram duas vezes em 2016, Rick Bull, Samurai Sam e os novatos Fabrizzio Zaneti e Gabriel Albuquerque – este, piloto de Jaraguá do Sul que estreou neste ano na RNK.
O maior número de vitórias continua nas mãos dos mesmos pilotos: Eduardo Johnscher é o mais vitorioso, com 10 conquistas; Chico Johnscher, Andrey Lima e Eduardo Bettega – o único do grupo a não vencer em 2016 – têm oito vitórias cada. Luiz Brambila se aproximou do seleto grupo com suas quatro vitórias neste ano e agora soma 6. Juntos, os cinco pilotos amealharam nada menos do que 40 vitórias.
Os demais vencedores foram Bruno Vianna, Fabio Knabben e Guilherme Szpigiel (três vitórias cada), Marjorie Johnscher e Edinho Marques (duas vitórias cada), Rodolpho Bettega e Cezar Zaitter (uma vitória cada), este tendo vencido em sua única aparição, a prova de abertura da 1ª Copa RNK, em 2012.
Não estão incluídas nesse ranking as vitórias obtidas por Andrey Lima, Luizinho Brambila e Rafael Demmer nas baterias que foram válidas pela primeira etapa de 2015 em Penha-SC.
Se Rafael Vianna, Marcelo Rosa e Carlos Feijão “perderam a virgindade” em 2016, alguns dentre os pilotos mais antigos da RNK ainda não saborearam o prazer da vitória. Presentes desde a primeira edição, em 2012, José Revoredo e Menyr Zaitter completaram, em 2016, respectivamente 51 e 36 provas na RNK sem vencer. A responsabilidade que pesa sobre ambos é cada vez maior.
Para padronização das estatísticas, consideram-se aqui como pódio as classificações até o 5º lugar, mesmo que em algumas provas a premiação só tenha sido concedida até o 3º colocado e, em outras, o pódio comportasse até seis lugares.
Isso posto, ninguém subiu mais ao pódio do que Eduardo Johnscher, 37 vezes, seguido de perto por seu companheiro de equipe Chico Johnscher (36). Depois aparecem Marcelo Rosa (25), Fabio Knabben (24), Andrey Lima (22), Eduardo Bettega (21), Bruno Vianna (17) e Luiz Brambila (16).
Os números mudam, contudo, quando se considera o aproveitamento percentual. Nesse quesito, o rei do pódio é Andrey Lima, que chegou entre os cinco primeiros em 78,6% das corridas que disputou. Seu desempenho, aliás, é invejável: a última vez que o Japa não subiu ao pódio foi em 8 de novembro de 2014.
Em seguida estão Fabio Knabben (75%), Luizinho Brambila (69,6%), Rafael Demmer (62,5%), Eduardo Johnscher (61,7%) e Chico Johnscher (60%).
Não foram computados os percentuais de pilotos que não tenham participado de, pelo menos, dez provas na RNK.
O maior pontuador na história da RNK é Eduardo Johnscher, que conquistou 995 pontos na carreira, seguido de Chico Johnscher (986 pontos), Marcelo Rosa (796), Carlos Feijão (704), Eduardo Bettega (695), Rafael Vianna (613), José Revoredo (606), Marjorie Johnscher (596) e Fabio Knabben (585).
Considerando-se a média, o melhor aproveitamento, assim como nos pódios, também é de Andrey Lima, com 20,3 pontos por prova, seguido de Luizinho Brambila (20,2), Ricardo Rocco (19,2), Rafael Demmer (18,9), Fabio Knabben (18,3), Eduardo Johnscher (16,6), Chico Johnscher (16,4) e Franciel Vivan (16,3). Também foram considerados somente os pilotos com pelo menos dez participações.
Obviamente, o número de pontos obtidos não reflete necessariamente o melhor desempenho na pista, uma vez que inclui bônus por participação – este já extinto –, pole position, vitória, etc. Além disso, o sistema de pontuação adotado sofreu mudanças ao longo dos anos, o que dificulta a comparação entre competidores em condições diferentes.
Um ranking baseado na classificação média dos pilotos que participaram de ao menos dez provas reduz tais distorções. Nele, quem desponta com o melhor desempenho é Andrey Lima. O campeão de 2015 terminou as últimas 15 corridas que disputou entre os cinco primeiros. Nas 28 provas de que participou, cruzou a linha de chegada, em média, na posição 3,57. O segundo lugar ainda é Fabio Knabben, que despontou como um dos volantes mais regulares da RNK. Afastado das pistas desde março do ano passado, o piloto se classifica, em média, na posição 4,66. Em seguida aparecem Luiz Brambila (4,83), Eduardo Johnscher (5,35), Rafael Demmer (5,38), Chico Johnscher (5,45), Eduardo Bettega (6,24) e Ricardo Rocco (6,42).
Ninguém ainda conseguiu desbancar Chico Johnscher como o rei da pole. Foram 12 vezes largando na P1. Depois dele, a melhor marca é de Eduardo Bettega e Luizinho Brambila, com seis poles. Eduardo Johnscher, Andrey Lima fizeram quatro poles; Edinho Marques e Fabio Knabben, três; e Carlos Feijão, Rafael Demmer e Samurai Sam, duas.
Três pilotos dividem o recorde de voltas mais rápidas na RNK: Luizinho Brambila, Chico e Eduardo Johnscher, que cravaram a volta voadora sete vezes cada. A seguir vêm Andrey Lima e Bruno Vianna com cinco, Fabio Knabben com quatro, Eduardo Bettega e Priscila Driessen com três. Guilherme Szpigiel, Marjorie Johnscher, Carlos Feijão, Rafael Demmer, Franciel Vivan, Kleber Borges e Marcelo Rosa fizeram a fastest lap duas vezes.
Se em 2015 ela não deu as caras, em 2016 ela voltou. Na terceira etapa, em São José dos Pinhais, onde os responsáveis pelo kartódromo não liberam corrida na chuva, os pilotos da primeira bateria foram para o qualify com a pista ainda molhada, mas não o suficiente para que a prova entrasse nas estatísticas. O mesmo ocorreu em Indaial, na 4ª etapa do 2º turno: pista molhada na tomada de tempo, e corrida no seco.
Chuva não foi o que faltou, no entanto, em Registro, na 3ª etapa do 2º turno. Foi um verdadeiro dilúvio na vitória de Kleber Borges. Em Interlagos, na Superfinal, chuva nas duas provas, vencidas por Rick Bull e Samurai Sam.
O “rei da chuva” por ter vencido cinco provas nessas condições em temporadas anteriores, Eduardo Johnscher, não levou nenhuma em 2016. Os outros pilotos que venceram na chuva no passado foram Chico Johnscher (duas vezes) e Andrey Lima (uma).
Em 14 oportunidades, menos de um segundo separou os dois primeiros na bandeirada de chegada. As quatro chegadas mais emocionantes foram as registradas em São José dos Pinhais (GP Sébastien Ogier, em 11/06/16, na vitória de Bruno Vianna sobre Andrey Lima por 0,036s) e no Raceland (GP Michèle Mouton, em 13/06/15, de Luizinho Brambila sobre Fabio Knabben por 0,047s, em 24/05/13, de Guilherme Szpigiel sobre Fabrizzio Zanette por 0,057s, e no GP Colin McRae, em 15/08/15, de Andrey Lima sobre Marcelo Rosa por 0,061 s. Infelizmente, não há registro fotográfico de nenhuma dessas chegadas.
Os três maiores “passeios” em cinco anos de RNK envolveram Chico Johnscher. No GP Ayrton Senna, disputado no Raceland (26/04/14), o piloto fez prevalecer a oportunidade de correr com o melhor kart e venceu com 30,854s de vantagem sobre o 2º colocado, Menyr Zaitter. No mesmo ano, na primeira prova disputada em Registro (11 de outubro), foi a vez de Guilherme Szpiegel vencer de forma absoluta, abrindo 32,369s sobre o 2º, justamente Chico Johnscher.
A vitória mais acachapante, entretanto, ocorreu no GP de Matinhos (20/02/2016), onde Chico Johnscher colocou uma volta e meia – o equivalente a cerca de 50 segundos – sobre Bruno Vianna.
Chico Johnscher foi o único piloto na história da RNK a vencer com uma volta de vantagem, feito que protagonizou duas vezes. Ele já havia vencido com uma volta sobre o companheiro de equipe Eduardo Johnscher em uma das baterias válidas pela segunda prova da RNK, em 2012, no Marumby Kart Indoor. Ali, contudo, por ser um circuito indoor muito curto, a diferença representou pouco mais de 20 segundos.
A inferioridade numérica feminina na RNK demonstra que as pistas ainda são um ambiente predominantemente masculino. Apesar de todas as 60 provas da história da categoria apresentarem pelo menos uma mulher no grid, elas são minoria. Dentre os 139 pilotos que já competiram, apenas 16 são do “sexo frágil”. Em número de participações, as meninas representam apenas 10,8% do grid, e apenas uma é presença constante, fazendo parte do time fixo da RNK: Marjorie Johnscher, que só ficou de fora de uma corrida.
É Marjorie, também, que ostenta o melhor currículo entre as moças. Venceu duas provas, ambas no Raceland, marcou uma pole e obteve duas vezes a melhor volta. Em campeonatos, seu melhor resultado foi um 5º lugar no Troféu 82 Design, o 2º turno do campeonato do ano passado.
A segunda melhor marca é de Priscila Driessen, que em suas 33 participações obteve um 2º lugar na prova de despedida em 2015, fechando uma inédita dobradinha feminina com Marjorie Johnscher.
Em 2016, além de Marjorie, somente Isabel Costa e Dani Böhn, com duas participações cada, foram para a pista.
O Kartódromo Internacional Raceland – berço da Copa RNK – sediou somente uma das etapas de 2016. Mesmo assim é, disparado, o palco que mais abrigou provas do campeonato: 33 das 60 disputadas em cinco anos.
Depois dele, a pista mais utilizada foi a do Kartódromo de São José dos Pinhais, que recebeu seis provas. A RNK também esteve presente cinco vezes no Kartódromo de Registro e no Kartódromo Internacional de Joinville, três no Kartódromo Internacional Beto Carrero e no Kartódromo de Indaial, duas no Kartódromo de Interlagos-SP, uma no Speedway Music Park, em Balneário Camboriú, uma no Marumbi Kart Indoor, em Cuiritiba, e uma no 34 Kart Indoor, em Matinhos-PR.
Interlagos e Matinhos foram as novidades de 2016.
O ano de 2016 registrou o maior número de pilotos por prova da história da Copa RNK. Foram 19,29 karts alinhando para a largada, em média, em cada uma das 14 etapas. Número que poderia ser ainda maior, não fosse o limite de 15 participantes estabelecido pelo regulamento nas duas provas da Superfinal. Mesmo assim, 12% acima da média registrada no ano anterior.
Esses números revelam a tendência de crescimento da categoria depois de 2014, ano em que houve o menor número de participantes. No ano de estreia, 2012, a média foi de 17,0 karts por prova; em 2013, 16,83; e em 2014, 16,33. Essa tendência, contudo, foi revertida em 2015, quando foi atingida a marca de 17,17 pilotos por etapa.
2016 também bateu o recorde de participantes em uma prova, 27, no GP Sandro Munari, em São José dos Pinhais (19 de março). Os pilotos foram divididos em três baterias. Contudo, o maior grid em uma única bateria, com 22 karts alinhando, permanece aquele registrado em 2015 no Raceland, em duas oportunidades: GP Sébastien Loeb (28 de fevereiro) e GP Didier Auriol (17 de outubro).
Se 2016 foi o ano com os grids mais cheios, também foi o que teve o menor grid da história. Apenas 11 karts largaram no 3º GP de Indaial, vencido por Luizinho Brambila, no dia 1º de outubro.
Instituído somente na 2ª Copa RNK, o campeonato por equipes tem o predomínio da Johnscher Racing, único time que mantém sua formação inalterada nas cinco disputas. A equipe, constituída pelo pai Chico Johnscher e os dois filhos – Eduardo e Marjorie – conquistou dois títulos (2013 e 2015) e três vices (2014 e os dois turnos de 2016), colecionando 17 vitórias e acumulando 1071 pontos nesses quatro anos.
Durante os primeiros três anos, quem mais rivalizou com a Johnscher foi a Designers Racing (Fabio Knabben, Guilherme Szpigiel e Marcelo Rosa), que obteve o título de 2014, um vice (2013) e o 3º lugar em 2015, quando encerrou suas atividades. Acumulou um total de 487,84 pontos e quatro vitórias.
Nas demais equipes, o histórico revela uma intensa “dança das cadeiras” e mudanças de nomenclatura.
A atual RBR, atualmente composta por Carlos Feijão, Andrey Lima e Eduardo Bettega, iniciou como SNA em 2013 com Feijão, Menyr Zaitter e Negão Lemos, terminando em último. No ano seguinte, substituiu Negão por Andrey e chegou em 3º. Em 2015, mudou o nome para Race 4 Fun, trocou Zaitter por Eduardo Bettega e obteve o vice-campeonato. Em 2016, mais uma mudança de nome, agora para RBR, e a conquista do Troféu Candy Shop (1º turno da V Copa RNK). A contínua ascensão foi interrompida no 2º semestre com o abandono de dois de seus pilotos. Contando apenas com a pontuação de Feijão, a equipe amargou um 5º (penúltimo) lugar. Mesmo assim, carregando o espólio de todo o seu passado, a RBR ostenta um cartel de 10 vitórias e 740,72 pontos acumulados.
A Vianna Bros., dos irmãos Rafael e Bruno Vianna, é uma das mais tradicionais, embora sua melhor classificação tenha sido o 3º lugar em 2014. Em 2016, incluiu no time uma representante feminina, Isabel Costa, e passou a se denominar Vianna Bros. & Lady, obtendo também o 3º lugar no Troféu Candy Shop. Na metade do ano, suspendeu temporariamente as atividades, mas já anunciou o retorno em 2017. Em sua longa história, acumulou 545,5 pontos e cinco vitórias.
A mais curiosa história entre as equipes da RNK talvez seja a da atual RAZ, capitaneada por Rodolpho Bettega. Surgiu como βH Driessen, com Rodo, Eduardo Bettega, Dario e Priscila Driessen. Em 2015, Dario e Eduardo deram lugar a José Revoredo e Luiz Brambila, e o time passou a se chamar Zé Bedrilo. Em 2016, com a saída de Priscila, nova mudança de nome: Engspão. Na metade do mesmo ano, a equipe perdia o campeão Brambila e chegava à sua formação atual, com Rodolpho Bettega, José Revoredo e Alessandro Trevisan, sob a denominação de RAZ. Em cinco campeonatos disputados, quatro nomes diferentes, mas resultados semelhantes na tabela: um quinto e quatro quartos lugares na classificação final, apesar de suas oito vitórias e 640,25 pontos acumulados.
Nascida há seis meses para vencer, a TK Racing é a atual campeã ao conquistar o Troféu 82 Design, 2º turno da RNK 2016. Com Luizinho Brambila, Rafael Demmer e Franciel Vivan, o time caçula da RNK já venceu quatro provas e marcou 240 pontos.
Mais três equipes que participaram em 2016 merecem ser mencionadas: Bora Racing, que participou no 1º semestre com Fabio Knabben, Ricardo Rocco e Rafael Demmer, obtendo uma vitória e terminando em 5º; Scuderia Nelson Piquet, que participou no 2º semestre com Rafael Vianna, Marcelo Rosa e Ricardo Rocco terminando em 3º sem vencer nenhuma prova; e Yellow Racing, formada por Laertes Antunes e Menyr Zaitter, última colocada nos dois turnos sem nenhum resultado expressivo.
A Copa RNK sempre foi um campeonato aberto à participação de todos. Nos últimos anos, a presença de pilotos de outros torneios tem sido frequente na RNK. É o caso de Rodolfo “Catito” Souza (Speed Kart Series), Rick Bull (CKDA), Fabio Berns (Unikart, de Joinville) e Samurai Sam (CKDA e inúmeros outros campeonatos de rental kart).
Pilotos locais, eventualmente, também encorpam o grid. É o caso de Gabriel Albuquerque, de Jaraguá do Sul, que participou de algumas provas realizadas em SC e foi o primeiro piloto “de fora” a vencer uma prova, uma das baterias do 3º GP Beto Carrero, em agosto de 2016.
Alguns vêm para ficar, como Anderson Rocha e Bruno Muxfeldt Rocha, originários do Interkart. Bruno já integra, inclusive, o RNK Endurance Team.
Dentre todos os “forasteiros”, o destaque fica para Rick Bull e Samurai Sam. Cada um venceu uma das etapas da Superfinal, em Interlagos, no encerramento da Copa RNK 2016, o que lhes garantiu a 4ª e 5ª colocação geral, respectivamente, na temporada.
Até 2014, a pontuação era variável conforme o número de participantes da prova. Numa corrida com 18 pilotos, por exemplo, o vencedor ganhava 18 pontos. Assim, a vitória numa prova com poucos participantes valia menos que um resultado pior numa prova com grid cheio. Em 2015, a pontuação passou a ser fixa, concedendo 25 pontos ao vencedor, 23 para o 2º colocado, 22 para o 3º e assim por diante.
Os descartes também sofreram mudanças ao longo dos anos. Na primeira edição, todos os resultados eram considerados. No ano seguinte, adotou-se o N-2, descartando-se as duas piores pontuações. Em 2014 e 2015, houve N-3. Em 2016, com dois campeonatos semestrais, aplicou-se o N-1, estendido também para o campeonato de equipes, em que até então não havia descarte.
Com o desdobramento das etapas em mais de uma bateria, em 2016, mais pontos passaram a ser atribuídos por prova, elevando de maneira geral a pontuação de todos os pilotos.
Para valorizar a participação por desempenho e participação, a Copa RNK incorporou várias formas de bonificação: pole, melhor volta e maior avanço em relação à posição de largada valem um ponto.
Até 2015, um ponto extra também era concedido a cada três corridas seguidas e aos pilotos que participavam de todas as provas. Em 2014, quando a RNK passou a correr fora de Curitiba, três pontos de bônus foram atribuídos aos pilotos que corriam “fora de casa”, com o intuito de estimular a participação longe de Curitiba.
Em 2014 e 2015, a última prova do ano ainda concedia pontuação dobrada – inclusive dos bônus – com o objetivo de aumentar as chances de brigar pelo título. Foi a chamada “Corrida do Milhão”.
Tudo isso, muitas vezes, privilegiou a assiduidade em detrimento do desempenho na pista. Atualmente, pontos são só pra quem acelera.
Em 2014, foi implantado o grid invertido nas etapas realizadas no Raceland. Nessas provas, foi abolido o qualify e a ordem de largada passou a ser definida conforme a ordem inversa da classificação do campeonato, com a intenção de tornar as disputas mais equilibradas. Porém, ao contrário do que se esperava, o grid invertido não alcançou seu objetivo e ainda trouxe riscos aos pilotos nas primeiras voltas, sendo abandonado no ano seguinte, adotado novamente apenas na Superfinal de 2016, em Interlagos.
No período em que o grid invertido vigorou, Marjorie Johnscher foi a “rainha da pole”, largando na frente em cinco das nove provas em que o sistema foi adotado.
A partir de 2014, quando foram extintas as classes A e B e o campeonato passou a ser disputado em categoria única, foi definido o peso mínimo de 80kg. Esse limite, contudo, era exigido apenas para os homens.
Em 2016, institui-se também o peso mínimo para as mulheres: 70kg nos kartódromos que não disponibilizam placas de chumbo para os karts e 80kg naqueles que oferecem lastro. Nesses kartódromos, o limite mínimo para os homens foi elevado para 90kg.
Fim de campeonato também é hora de festa. O churrasco de confraternização já é tradição na noite da última corrida do campeonato. Foi assim desde a primeira edição, em 2012, quando ainda nem havia premiação para os melhores do ano.
A partir de 2013, além da festa de encerramento e entrega de troféus, os pilotos que participaram de mais provas também receberam uma camiseta personalizada da RNK. Em 2016, foram três premiações e três festas, e o brinde foi uma balaclava, também personalizada com a logo da RNK, no encerramento da temporada.
Duas premiações extras, além do pódio e dos melhores do campeonato, já são tradicionais na Copa RNK.
A primeira é o Troféu Maneco Combacau, instituído em 2015 em homenagem a um dos ícones do kartismo brasileiro nas décadas de 1960-70. O prêmio é concedido ao piloto que mais ganha posições em relação à sua posição no grid de largada somando-se todas as etapas do ano. Seus ganhadores foram Marjorie Johnscher (2015) e Eduardo Johnscher (2016).
A outra é um prêmio de “zoeira”, que surgiu despretensiosamente em 2014, quando Marcelo Rosa foi “homenageado” ao final do campeonato com um certificado, assinado por todos os pilotos, atestando que o mesmo nunca vencera uma prova. No ano seguinte, foi a vez de Rafael Vianna receber o Troféu Pé de Breque – o pé esquerdo de um tênis velho – por ter sido o piloto que mais sofreu ultrapassagens na temporada. Em 2015, o prêmio foi institucionalizado como de posse transitória, sendo entregue, em votação simbólica, ao piloto que de algum modo frustra expectativas. De lá para cá, o Pé de Breque se tornou um dos momentos mais esperados das premiações. Recebido por Eduardo Bettega ao final do Troféu Candy Shop, agora está nas mãos – ou melhor, no pé – de Eduardo Johnscher.
Além da Copa RNK, desde 2014 a categoria mantém uma equipe para disputar provas de longa duração. O RNK Endurance Team participou de nove dessas competições, sendo quatro delas com dois times.
Chico Johnscher compôs a equipe em todas essas provas. Eduardo Johnscher (7 vezes), Carlos Feijão (6), Marjorie Johnscher (5), Rodolpho Bettega (4), Eduardo Bettega, Luiz Brambila, Menyr Zaitter, José Revoredo, Phellip Carvalho (2 vezes cada), Andrey Lima, Ricardo Rocco, Marcelo Rosa, Edinho Marques, Bruno Muxfeldt Rocha, Alessandro Trevisan, João Gomes Bocão e Pablo Gomes (uma vez cada) são os pilotos que já defenderam as cores do time, cujo melhor resultado foram dois 2ºs lugares, nos 200 km de Registro, em 2015, e nas 10 Horas de Matinhos, em 2016, onde também foi ao pódio com o 3º lugar.
Ironicamente, nas duas oportunidades a equipe RNK perdeu a vitória devido a punições. Em Registro, recebeu a bandeirada em 1º, mas foi punida em 10 segundos por uma colisão a poucas voltas do fim quando Eduardo Johnscher disputava a liderança; em Matinhos, a equipe teve de cumprir uma parada de um minuto devido a um toque de Chico Johnscher, que provocou a rodada de um retardatário.
Em cinco anos de Copa RNK, nem tudo correu às mil maravilhas. Cenas inusitadas e confusão também fizeram parte do cardápio. Confira algumas:
A segurança dos pilotos parece não ser preocupação dos responsáveis pelo Kartódromo Internacional Beto Carrero , embora nem dê pra responsabilizar a organização, já que a informação consta do site do kartódromo. NO GP Beto Carrero, diversos pilotos correram de bermuda e camiseta porque o kartódromo não fornece macacão. Mas, convenhamos, não deveria ser permitida a largada sem o equipamento. Puro amadorismo.
Pode escolher qualquer uma das provas em São José dos Pinhais. Lá, não se paga por tempo de corrida, mas pelo número de voltas. Nas provas da Copa RNK, contratam-se 25 voltas – 5 de qualify e 20 de corrida. Ocorre que os boxes dos rental karts ficam uma curva antes da linha de chegada e, assim, quando se passa pela primeira vez no sensor de cronometragem, abrindo a primeira volta, esta já é contada. Desse modo, as 25 voltas viram 23. Simples assim…
Mais uma do Beto Carrero. Dezoito pilotos estavam inscritos para a estreia da RNK fora de Curitiba. Mais dois compareceram sem se inscrever e tudo indicava grid cheio na abertura da temporada de 2014, quando os responsáveis pelo circuito informaram que só havia 15 karts disponíveis. Conseguiram aprontar mais dois de forma improvisada e, graças à inesperada ausência de Menyr Zaitter e André Lemos, só um piloto acabou sem kart para andar. Menos mal que não estava inscrito…
No GP Conde Drácula, 11ª etapa da RNK 2014, Menyr Zaitter fez a melhor volta com o surpreendente tempo – para ume rental kart de 8hp – de 58 segundos. Cortando caminho, é claro – o piloto passou reto na entrada do miolo, ganhando cerca de 15 segundos com a “manobra”. Alguém “dedurou”, e Padilha, o Diretor de Prova, resolveu aplicar uma punição de 10 segundos ao piloto, que ainda ficou no lucro. Curioso é que Zaitter já havia empregado o mesmo expediente no GP Woodstock, três meses antes…
Os mecânicos do kartódromo corriam pra lá e pra cá instalando, retirando e recolocando os sensores de cronometragem nos karts antes da largada. Tudo, porém, parecia rotineiro. Nem a surpreendente pole position de Pedro Barbosa chamou muito a atenção. No final, Eduardo Bettega, que largara numa modesta 10ª posição, foi o vencedor. Quando a planilha de resultados foi entregue, contudo, a surpresa: Pedro Barbosa em 1º lugar, embora na pista tivesse chegado em 9º, e ainda contemplado com a melhor volta da prova.
Foi só depois de muita discussão que se entendeu o que houve. Os sensores dos seus karts estavam trocados. O mesmo havia acontecido, também, entre Phellip Carvalho e José Revoredo.
Os três primeiros no grid da 7ª etapa da RNK 2012 – Eduardo Johnscher, Rafael Vianna e Chico Johnscher – marcaram tempo na casa dos 50 segundos, o que é evidentemente impossível para um rental kart no Raceland. Eles passaram reto na entrada do miolo, cortaram caminho, abortaram a volta, mas a cronometragem considerou válida. Como os pilotos só têm acesso aos tempos depois da corrida, só ficaram sabendo depois. Eduardo Bettega, 4º tempo, inexplicavelmente foi jogado para o fundo do grid, mas depois foi agraciado com a melhor volta da prova, com o espantoso tempo de 44,601s, a uma média de 100,894 km/h… As trapalhadas se estenderam à corrida. Eduardo Johnscher também passou reto na entrada do miolo durante a prova, recebendo ordens para devolver as posições. Mesmo assim foi punido com uma volta no final, que lhe foi devolvida depois de apresentar recurso. Devido a tantos problemas, não foi aplicada a bonificação pela pole nem pela melhor volta.
Nessa mesma prova, como três dos 17 inscritos não compareceram, os “responsáveis” pelo Raceland incluíram dois pilotos de fora no grid. Verdadeiros “kamikazes”, atropelavam quem encontravam pela frente, provocando vários acidentes. O mais grave deles envolveu Edinho Marques no “S” da reta dos boxes. O piloto, que disputava as primeiras posições, teve de abandonar. Alguma punição para o maluco que tirou Edinho da corrida? Nenhuma.
O regulamento da 1ª Copa RNK previa que, se o número de inscritos fosse superior ao limite comportado pelo kartódromo, os competidores seriam divididos em duas ou mais baterias, consolidando-se o resultado em função do número de voltas e tempo total de prova, de modo a se obter uma classificação única. Foi o que aconteceu na segunda etapa, marcada para São José dos Pinhais, que acabou remanejada para o Marumbi Kart Indoor devido à chuva. Os vinte participantes foram divididos em três baterias.
O resultado final acabou causando estranheza, pois vários pilotos mais lentos da última bateria acabaram na frente de outros mais rápidos da primeira. Foi só muitos meses depois que se descobriu que o tempo total de prova incluía o qualify e o tempo para formação do grid, o que tornaria impossível consolidar os tempos das três baterias. Tarde demais… Eduardo Bettega acabou obtendo uma vitória por ter vencido a bateria cujos fiscais foram mais ágeis no alinhamento dos karts…
Na 8ª etapa da 1ª Copa RNK, em 2012, uma chuva fina deixou a pista um sabão no meio da prova, provocando um festival de rodadas. Repentinamente, os pilotos foram surpreendidos pelos fiscais bloqueando com cones alguns trechos da pista, eliminando a segunda perna do miolo e as duas chicanes. E a corrida continuou como se nada tivesse acontecido.
A última do Beto Carrero. Lembra a história da falta de karts no Beto Carrero, em 2014? Então, já seria bizarra se tivesse acontecido uma vez. Mais bizarro ainda se fossem duas. E se fossem duas vezes no mesmo lugar? Pois foi o que aconteceu. Só que, em 2015, faltavam muitos karts, e a solução encontrada foi dividir os pilotos em duas baterias classificatórias para uma final, a qual contaria pontos para o campeonato. Após as duas baterias iniciais e com o avançar do horário, alguns pilotos se recusaram a largar a bateria final, até porque a configuração definida não estava prevista no regulamento. Os organizadores decidiram invalidar a etapa e foi realizada uma bateria amistosa entre os pilotos que permaneceram no kartódromo. Dias depois, após longas discussões, definiu-se pela inclusão dos pontos das três baterias no campeonato, validando ainda o melhor resultado daqueles que participaram de duas baterias.