No lugar do pulmão, ele tem um carburador. Em suas veias não corre sangue, corre gasolina. A obstinação de Luiz Otavio Brambila Rodrigues, ou simplesmente Luizinho Brambila, levou-o a se tornar o piloto mais vitorioso da Copa RNK de rental kart, conquistando cinco títulos: o Troféu Candy Shop (1º turno/2016), o Troféu 82 Design (2º turno/2016), o 2º turno de 2017 e o bicampeonato geral em 2016/17. É também o recordista de poles (17) e voltas mais rápidas (18) na história do campeonato.
Em 2018, decidiu deixar o rental kart em segundo plano para se dedicar ao Campeonato de Velocidade no Asfalto 1600, no qual se sagrou vice-campeão correndo com um VW Gol no último domingo. Mas nem isso o impediu de vencer três provas da Copa RNK e, de quebra, chegar à decisão do 2º turno com chances reais de disputar o título.
Conheça um pouco mais sobre a história de Luiz Brambila nesta entrevista exclusiva concedida pelo piloto ao site da Copa RNK.
RNK – De onde surgiu essa paixão pelo automobilismo?
Luiz Brambila – Veio do meu pai, que era fã do Senna e acordava cedo sempre pra ver as corridas. Enquanto todas as crianças colecionavam figurinhas de futebol, eu fazia álbum da F1.
RNK – Naturalmente você se tornou fã de Ayrton Senna também.
LB – De início sim, mas depois, conhecendo a sua história nas pistas desde o início da carreira, virei fã do Piquet.
RNK – Como o telespectador virou piloto?
LB – Meu padrasto, que corria de rally, me estimulou a correr de kart quando eu tinhas uns 8 anos, mas devido a dificuldades financeiras não conseguíamos participar de grandes campeonatos. Alguns anos depois veio o vice-campeonato paulista 125. Sempre que tinha oportunidade acompanhava a família nas corridas e treinos de rally, e com uns 14 anos eu já treinava em carros de competição. Em 2005 e 2006 corremos o Campeonato Paranaense de Arrancada, o maior campeonato no Brasil na época, com público médio de 40 mil pessoas. Ao longo desse período tivemos 12 carros turbo, que eram utilizados na rua e na pista.
RNK – A vida inteira envolvido com as pistas?
LB – Não. Depois desse período tivemos um hiato e corri apenas por hobby de kart indoor. Nessa época o Drift Trike crescia no Brasil e no mundo e me dediquei a essa nova modalidade. Fui o primeiro campeão brasileiro speed, vice no mundial da Red Bull na mesma categoria e campeão do desafio Brasil x Argentina, dentre outros títulos regionais.
RNK – Como você chegou à Copa RNK?
LB – Morei alguns anos em São Paulo e, na volta para Curitiba resolvi voltar a correr de rental kart por intermédio da Pri [Priscila Driessen, que competia na RNK junto com o pai, Dario, também piloto de rally, que por sua vez é irmão do Célio, o padrasto ao qual Luizinho se referiu no início da entrevista, que também participou esporadicamente na RNK]. Percebi que mesmo acima do peso, ainda era competitivo.
RNK – E aí enfileirou uma série de conquistas.
LB – Tivemos alguns títulos na Copa RNK e no RA Champ em Santa Catarina, campeonatos esses muito importantes e competitivos, tanto é que foi pela RNK que obtive o primeiro convite pra correr em um carro de turismo 1600 no final de 2017. Com os bons resultados e também com o apoio da RNK, um amigo em comum, Leo Zettel, fez de fato eu acreditar que eu tinha perfil pra ser piloto profissional.
RNK – Conte um pouco mais sobre isso.
LB – O Leo, através da WZ Comm, foi o cara que transformou meu sonho em realidade, acreditou no meu potencial dentro e fora das pistas, me ensinou como os bastidores do automobilismo funcionam, captação de patrocínio, retorno para empresas etc. Ele cuida da parte de projeto para novas categorias, comunicação visual e de certa forma a imagem que queremos passar como piloto. Conseguimos através de patrocínios viabilizar a temporada de 2018 de velocidade no asfalto 1.600, na qual obtivemos duas vitórias, vários pódios e somamos o título de vice-campeão paranaense e metropolitano da categoria.
RNK – Além da WZ Comm, quem são seus apoiadores?
LB – Fast Lap Kart Indoor, Fitness Racing, Acrílico Shalon, Vision Line, Auto Escola Chaves, Garage 74, Seg Sul Seguros, RS Performance, Fueltech, OGK Performance, Bacon & Bacon e Dana Mimos. Agradeço muito a eles. Também não posso deixar de agradecer a visibilidade que tive na Copa RNK de rental kart.
RNK – Algum cuidado especial com a preparação física?
LB – O Loir apareceu em uma fase em que eu estava buscando evoluir técnica e fisicamente. Consegui ajudar a tornar a Fitness Racing conhecida entre os pilotos e de um ano e meio pra cá trabalhamos juntos. E os resultados vêm aparecendo.
RNK – Você está com 34 anos. Até onde dá pra chegar no automobilismo?
LB – Agora novos objetivos nos cercam para 2019. Vamos correr atrás de patrocínios para tentar correr em uma categoria de representatividade nacional.