Ao vencer sua quinta corrida seguida desde que retornou à Copa RNK, Luizinho Brambila nem precisaria largar na segunda bateria da rodada dupla disputada no Kart Park – Kartódromo de São José dos Pinhais – no dia 8 de outubro. O título já estava matematicamente garantido diante dos 100% de aproveitamento do piloto no 2º turno. Restava ainda sacramentar também o título entre as equipes para a Tartarugator’s 1, que veio com a vitória do companheiro Júnior Cazu na segunda bateria.
Cinquenta e quatro pilotos, divididos em quatro séries, “bateram borrachão” nos rental karts do kartódromo mais antigo do Brasil em busca das últimas vagas para a Superfinal. O campeonato chegará ao fim no dia 5 de novembro, em Aldeia da Serra, região metropolitana da capital paulista.
5º GP S.J. dos Pinhais
Os 14 pilotos que largaram na série D ainda não haviam corrido no 2º turno. Entre eles, três estreantes – Klisman Nogueira, Gabriel Afornali e Fernando Truiz –, dois pilotos da primeira geração que há anos estavam longe das pistas – Rafael Vianna e Kleber Borges –, além de dois medalhões da RNK que ainda não haviam corrido este ano – Juliano Cunha e Kelvin Axel – e outros que competem no campeonato apenas esporadicamente.
Foi uma bateria com poucas brigas, com os três primeiros abrindo boa vantagem e distantes entre si. Bradley Gabardo venceu de ponta a ponta, seguido de Clovis Ruchinski e Juliano Cunha, todos em corrida solo. A disputa mais interessante se deu pelo 4º lugar, entre Maria Eduarda Cordeiro, Fernando Vieira e João Pedro Feiler. Fernando e Maria Eduarda completaram o pódio.
Na série C, Marcelo Tirisco venceu sem dificuldades, depois de fazer a pole. O 2º foi Adriano Goulart, depois de uma disputa palmo a palmo com Fabio Junior, que acabou abandonando com problemas no kart. A melhor das brigas se deu pelo 3º lugar, entre Anderson Rocha, Gilmar Coleta e Thiago Vasconcellos, que acabou levando a melhor depois que Coleta provocou a rodada do Andershow na curva da Sede. O toque acabou custando uma punição de 10 segundos para o piloto do kart 54, que ainda assim terminou em 4º. Anderson completou o pódio.
A série B também não teve briga pela ponta, com a vitória tranquila de Eduardo Almeida. A segunda posição, sim, teve duelo forte até o fim entre Eugenio Westphalen e Ricardo Perine, que levou a melhor e conquistou seu melhor resultado na RNK. Diego Bettega administrou com segurança a 4ª colocação, defendendo-se dos ataques de Thiago Pilkel no início e, depois, de Elvira Cilka. Esta superou Everton Tonel logo após a largada para ainda ultrapassar Pilkel e terminar em 5º. No pelotão intermediário, outra disputa interessante entre Everton Tonel, Marjorie e Eduardo Johnscher. Fazendo jogo de equipe, ambos superaram Everton e Marjorie fez o trabalho de escolta que garantiria a Eduardo – apesar do modesto 7º lugar – a classificação no Top 10 do segundo turno.
Na série A, a corrida começou morna, sem troca de posições. Luiz Brambila largou na ponta, que manteve até o fim, sempre seguido de perto por Tido Olmedo. Nas primeiras voltas, Cazu e Luis Roberto acompanharam o ritmo, mas foram ficando para trás. Jackson Gonçalves, largando da 9ª posição, porém, conseguiu escalar o pelotão até encostar em Luis Roberto. Este, para se defender, valeu-se de recursos considerados temerários, freando de maneira perigosa, o que acabou provocando a rodada de ambos e lhe rendendo uma punição de 10 segundos.
Após a bandeirada, o “atrito” entre os dois pilotos se estendeu, inclusive com a utilização dos karts para se agredirem. A direção de prova excluiu ambos, alçando Lucas Monteiro e Claudinha Cardozo ao pódio.
6º GP S.J. dos Pinhais
Rebaixado por não ter chegado a tempo de largar na série C da prova anterior, Felipe Mathias fez a pole na série D e conseguiu suportar a ameaça constante de Fabio Junior para terminar em 1º. Rafael Vianna foi o 3º no grid, mas não resistiu por muito tempo, e a briga pelo P3 ficou entre Alex Junior Mota, Rodrigo Caveira e o estreante Fernando Truiz. Caveira foi o 3º, seguido de Truiz e Mota.
A série C foi, até ali, a mais equilibrada e disputada do dia. Karina Cardozo marcou sua primeira pole na RNK, mas cedeu a ponta antes de completar a primeira volta para Bradley Gabardo, que venceu novamente, mais uma vez sem ser ameaçado. No segundo pelotão, entretanto, a briga foi intensa envolvendo Karina, Fernando Vieira, Juliano Cunha, Everton Tonel e Guilherme Medeiros. Fernando Vieira cruzou a linha de chegada em 2º, mas acabaria sofrendo uma punição de 10 segundos por usar a grama ao ultrapassar Karina e tirá-la do traçado. Assim, Juliano Cunha subiu para a 2ª posição, com Karina em 3º, Tonel e Medeiros completando o top 5.
Rebaixados na prova anterior, Fabio Mathoso e Jackson Gonçalves sobraram na série B e chegaram com folga nas duas primeiras posições. O segundo pelotão formou um bloco compacto de cerca de seis ou sete pilotos andando no mesmo ritmo, mas com poucas oportunidades de ultrapassagem. Emygdio Westphalen sustentou a 3ª posição até a penúltima volta, para perdê-la no final para Eduardo Johnscher. Thiago Vasconcellos completou o pódio.
Na última bateria da rodada, a série A foi praticamente um desfile de macacões laranja dos pilotos Tartarugator’s. Lucas Monteiro fez a pole e liderou as primeiras voltas, seguido por Tido Olmedo, Luizinho Brambila, Eduardo Almeida, Claudinha Cardozo – a única intrusa – e Junior Cazu. Este, determinado e com “a faca entre os dentes”, começou a escalar o pelotão até encostar no Tido, que a essa altura havia assumido a ponta. Brambila, com o título assegurado, relaxou e já caíra para a sexta posição e passava a ser ameaçado por Bruno Tarachuka e Elvira Cilka.
A algumas voltas do fim, Cazu deu o bote e passou à frente para vencer sua quarta prova na RNK. Tido Olmedo foi o 2º, seguido de Lucas Monteiro, Eduardo Almeida e Claudinha Cardozo.
Classificação e Superfinal
Luizinho Brambila conquistou o título de forma absoluta, vencendo cinco das seis etapas do 2º turno, com o recorde de 139 pontos, 22 à frente do vice-campeão, Junior Cazu. Fábio Mathoso foi o 3º com 114, Claudia Cardozo terminou em 4º com 111 e Tido Olmedo em 5º com 108. Completaram o top 10 Lucas Monteiro (105), Emygdio Westphalen (102), Jackson Gonçalves (102), Eduardo Johnscher (91) e Bruno Tarachuka (90), que superou Chico Johnscher pelos critérios de desempate.
Os dez garantiram vaga para a Superfinal. Mathoso, Cazu, Jack, Tido e Tarachuka, que já haviam se classificado no 1º turno junto a Luis Roberto, Gabriel Meister, Everton Tonel, Guilherme Medeiros e Marcelo Saito, abriram mais cinco vagas além das quatro já garantidas pelo regulamento. Consequentemente, nove pilotos obtiveram classificação pela soma dos dois turnos: António Keps, Denis Valente, Chico Johnscher, Eugênio Westphalen, Thiago Vasconcellos, João Guilherme Chevalier, Anderson Rocha, Fabio Junior e Bassam Hajar.
Última volta
Entre os 54 pilotos que participaram da prova, três nomes que desde 2019 não eram vistos no circuito foram matar saudades: Kleber Borges, Paulo Taylor e Rafael Vianna, este um dos precursores da Copa RNK, que desfilou com seu tradicional macacão verde. Com mais de 100 quilos e três anos de inatividade, o Negrão surpreendeu ao alinhar em 3º no grid da segunda bateria e confessou que o cansaço não lhe permitiu manter o desempenho depois da metade da prova. “Vou tentar voltar ou pelo menos aparecer com mais constância nas etapas”, prometeu ele, que também auxiliou a organização na pesagem dos pilotos.
Kleber Borges, que em seu histórico contabiliza duas vitórias na RNK, destacou o nível elevado que viu em seu retorno. Também há três anos longe das pistas, ele vinha fazendo uma prova razoável no pelotão intermediário, até ser surpreendido por um pneu furado. Mesmo assim, estava satisfeito e demonstrou sua intenção de retornar às pistas: “valeu a diversão, vou voltar aos poucos”.
Se o troféu “Pé de Breque” fosse concedido a cada rodada, certamente Kelvin Axel teria recebido o dele no sábado. Sem ter assistido ao briefing, não acelerou no momento da largada lançada – reclamou muito porque provavelmente não estava entendendo nada… – e perdeu o contato com o pelotão. Na tentativa de se recuperar, acabou rodando sozinho. No final da bateria, não compareceu à pesagem e acabou punido com a última colocação. Não bastasse isso, pensou que faria a prova seguinte na série C e, já com a série D em andamento, disparou: “é verdade que eu tinha que estar na pista?”
Dois quadros decorativos foram ofertados como premiação especial pela Decora Light para o detentor da melhor volta do dia e para o piloto da categoria Super100 (acima de 100 kg) que mais pontuou na rodada. Os ganhadores foram, respectivamente, Bradley Gabardo e Ricardo Perine.
Fruto de parceria entre a Copa RNK e a RA Racing, o título entre as equipes rendeu à Tartarugator’s 1 (Luizinho Brambila e Junior Cazu) a inscrição para o CEKI 2023 com desconto de 50% em todas as etapas.
O título obtido no Kart Park foi o sétimo de Luiz Brambila na RNK. Bicampeão em 2016/17, o piloto conquistou também os dois turnos de 2016, o 1º de 2017 e o 2º de 2019. Atualmente o número 2 do ranking histórico RNK 10 Anos, Luizinho pode superar o número 1 Andrey Lima ao final desta temporada.
Marcelo Tirisco voltou a vencer depois de 37 provas. Sua única vitória na Copa RNK havia ocorrido em 2018, no KGV.
Depois de ser tirado da pista, Anderson Rocha se manteve a cerca de 8 segundos atrás de Gilmar Coleta, o que lhe garantia a 4ª colocação com a punição de 10 segundos para o adversário. Nas últimas voltas, contudo, seu ritmo caiu e, ao cruzar alinha de chegada, a diferença subiu para 10,009s. Como tempo corrigido, portanto, o piloto da Tartarugator’s acabou perdendo a posição por 9 milésimos!
O atraso no cronograma das baterias e a demora na computação dos resultados acabaram esvaziando a festa de encerramento e premiação. Talvez seja hora de repensar o formato e programar a festividade para outro momento para que possa haver, de fato, confraternização entre todos.
O novo visual do Kart Park, com a retirada das árvores, melhorou a visibilidade da pista e reduziu a sujeira e os riscos iminentes da queda de galhos. A hora agora é de investir naquilo que, para os pilotos, é o que mais importa: as condições do piso e dos karts. “Os karts estavam sofríveis”, “a manutenção da pista também, falta capricho, tem pedra por tudo… Único local com potência para o esporte perto da capital e estão deixando passar a oportunidade de fazer um bom trabalho”, “daqui a pouco montam uma pista com indoor organizado e vão perder mercado”, “infelizmente foi um susto muito negativo, fazia tempo que não corria no Gari, mas os karts estão longe do que já foram e “o Mathoso levando volta então” foram alguns dos comentários ouvidos durante o evento.
Bruno Tarachuka anunciou em São José dos Pinhais sua despedida da RNK. O piloto está de mudança ainda neste mês de outubro para a Austrália. Além dele, outro classificado para a Superfinal – Gabriel Meister – não participará devido a compromissos particulares. Suas vagas deverão ser preenchidas por Alex Junior Mota e Diego Bettega.
O sucesso da Copa RNK, um dos maiores campeonatos de rental kart do sul do Brasil, conta com o apoio de Acrílico Shalon, Candy Shop, Azulprime, Correta Redações, Canal RafaBin e RA Racing.