O objetivo da Equipe RNK era brigar para terminar entre os dez primeiros na abertura do 2º Campeonato Paranaense Endurance de Rental Kart, disputada no último sábado no Circuito Raceland Internacional. O time – que no ano passado carregou o nome de Johnscher Racing – até ocupou a 10ª colocação por alguns momentos, mas teve de se contentar com o 14º lugar no final da prova.
O resultado, ainda que pareça discreto, foi considerado positivo pela equipe. “Temos consciência de que ainda somos uma equipe ‘nanica’ no endurance”, declarou o piloto Chico Johnscher. “Evoluímos em relação ao ano passado, até o fim do ano brigaremos por um pódio”, completou, lembrando que disputar o título ainda depende de muito treino.
ESTRATÉGIA
O bom desempenho da equipe RNK estaria sedimentado em seguir à risca a estratégia estabelecida antes da corrida: executar somente as cinco paradas obrigatórias pelo regulamento. Assim, Eduardo Johnscher foi destacado para a largada e cumpriria um stint de 50 minutos, sendo substituído por Rodolpho Bettega, com Chico Johnscher fechando o ciclo, que se repetiria na segunda “perna”.
E foi exatamente o que ocorreu. O único imprevisto – dois, na verdade – se deu quando Chico Johnscher foi para a pista. O piloto, que, além dos 10 kg que carrega nos tornozelos, precisa de três anilhas de 5 kg no kart, ficou preso na saída dos pits porque – pasmem – simplesmente não havia lastros suficientes fornecidos pela organização da prova. Assim, a equipe perdeu cerca de 30 segundos na primeira parada e outros 40 na segunda – nesta, foi necessário prender mais uma caneleira de 5 kg à perna do piloto, o que prejudicou substancialmente o seu desempenho no último stint. “Carregar 11 quilos no tornozelo esquerdo não foi fácil, o pé apertava o freio mesmo que eu não quisesse”, reclamou ele. O chefe da equipe, Eduardo Johnscher, formalizou reclamação junto á direção da prova pela falta de lastros disponíveis aos pilotos.
A CORRIDA
Contemplado no sorteio com a segunda posição no grid – a largada no estilo Le Mans é sempre um atrativo a mais nas provas de endurance –, Eduardo Johnscher manteve-se em sexto lugar por três voltas, brigando de igual para igual com os ponteiros, até o início da 3ª volta, quando foi tocado – em disputa normal – e caiu para a 15ª colocação. Na volta seguinte, quando buscava recuperação, foi jogado deliberadamente para fora na Parabólica, caindo para a última posição.
Em brilhante recuperação, Eduardo parou para a primeira troca de pilotos em 17º, a duas voltas dos líderes, depois de 50 minutos de prova.
Rodolpho Bettega assumiu o posto e manteve a posição, apesar de nitidamente prejudicado pelo sobrepeso e pelos dois meses de afastamento das pistas.
A reação da RNK começou quando Chico Johnscher assumiu a direção. Com regularidade impressionante e sem cometer erros, o veterano entregou – mesmo depois da parada demorada no pit – ao companheiro Eduardo Johnscher a 13ª posição, depois de efetuar a melhor volta do time até então – 1min01,773s, uma das melhores da prova.
Eduardo manteve o ritmo e alçou a equipe à 10ª colocação e, na sua última volta, cravou a melhor volta da RNK em 1 min01,553s. O problema é que, até aí, muitas equipes ainda tinham uma parada a menos. Assim, depois de mais uma participação de Rodolpho Bettega e do tempo perdido na última parada para a entrada de Chico Johnscher, o time caía novamente para a 15ª posição.
Viria, então, o último stint de Chico Johnscher, já ao anoitecer. Depois de uma disputa emocionante, Chico conseguiu superar o time da Bonora Axis, chegando à frente pela margem de 0,185 s.
A vitória coube a uma equipe de Joinville, a Engelmann, depois da punição à favorita Nitro 500, que, apesar de ter recebido a bandeirada em primeiro, foi punida com a perda de três voltas por falta de peso.
Ao final da prova, Eduardo Johnscher exultou o aguerrimento da equipe, que optou por uma estrutura enxuta. Os próprios pilotos executaram a sinalização e o controle de tempo nos pits. E deu certo. “Não fosse a falta de anilhas, tudo teria funcionado perfeitamente”, comemorou o chefe da equipe.
Top 5
Comandada por Carlos Feijão, a Top 5 foi mais uma equipe integrada por pilotos oriundos da RNK: Menyr Zaitter, Andrey Lima, Eduardo Bettega e Maurício Gaudêncio. Mais conservador, o time optou por fazer duas paradas além das obrigatórias, o que prejudicou a performance da equipe, que terminou em 20º lugar.
A estrutura montada pela Top 5, contudo, chamou atenção e, certamente, mais rodagem vai fazê-la subir na classificação.
Edinho Marques
Dissidente da RNK, Edinho Marques também participou da prova. Integrando a Psycho Drink Racing, o piloto, que detém duas vitórias na Copa RNK, lamentou o 19º lugar.
A próxima etapa do endurance paranaense será no dia 23 de agosto.