13/05/2022 – da Redação, com fotos de Clayton Medeiros
Ao vencer as duas baterias da série A, no sábado 7 de maio, no Kartódromo dos Ingleses, em Florianópolis, Fábio Mathoso encaminhou o título do 1º turno da Copa RNK. A conquista, no entanto, acabou envolta em grande polêmica. Na última bateria da rodada, para tirar melhor proveito do seu kart na disputa pela liderança com Grabiel Meister, Mathoso valeu-se, segundo alguns adversários, de um expediente ilícito: acionar o acelerador manualmente.
A ação, conforme os pilotos que o seguiam observaram, se dava na reta, em local de pouca iluminação, fora do alcance visual dos fiscais. Logo após a prova, um grupo de quatro pilotos interpôs recurso junto à Organização, solicitando a punição do vencedor. Após análise por parte da Direção de Prova e do Conselho da Copa RNK, o protesto foi indeferido, e o resultado, mantido. A decisão não foi bem-recebida por alguns pilotos.
Dos 52 inscritos no GP dos Ingleses, 17 não haviam participado da primeira rodada, em São José dos Pinhais. Dessa forma, com 18 pilotos integrando a série C, a primeira bateria virou uma verdadeira salada, formada por veteranos que ficaram de fora da abertura em São José dos Pinhais, alguns pilotos que participam eventualmente e estreantes na RNK, cuja performance era uma incógnita. Eles se juntaram a Rodolpho Bettega, último colocado na classificação do campeonato dentre os inscritos em Florianópolis.
E foi exatamente um estreante – Lucas Peck – que deu as cartas, marcando a pole e vencendo de ponta a ponta, que só no início sofreu o assédio de Fabio Jr. Depois de algumas voltas, um pelotão formado por Marcos Martins, José Lellis, Richard Eggenstein e Anderson Sgorlon entrou na briga pela segunda posição, permitindo ao líder abrir vantagem confortável. A intensa disputa no segundo pelotão rendeu um time penalty de 10 segundos para Richard e Martins – este acabou levando a melhor na pista, mas acabou caindo para a 5ª posição após a punição. Fabinho herdou o 2º lugar, Lellis o 3º e Sgorlon o 4º.
Maria Luiza Bedin, Rafa Bin, Richard Eggenstein e Bruno Ferrari completaram os nove primeiros que ascenderam à série B na etapa seguinte.
A série B teve Bruno Tarachuka e Marcelo Tirisco largando na primeira fila. Ambos não foram para o confronto, tentando se distanciar do 3º, Everton Tonel. Apenas nas duas últimas voltas, quando já tinham uma vantagem segura, Tirisco tentou a ultrapassagem, mas sem sucesso. Ao segundo pelotão, formado por Eugênio Westphalen, Thiago Vasconcellos e Rodrigo Caveira, restou lutar pelo 4º posto, este último levando a melhor. Thiago, que havia largado em 3º, terminou em 5º. Eugênio, Alex Mota e Mir Dall’Agnol fecharam o grupo que subiu à série A.
Como esperado, a série A foi a mais disputada e tensa desta etapa. Junior Cazú fez a pole, tendo Guilherme Medeiros ao seu lado. Ambos, todavia, não duraram muito na dianteira. Fábio Mathoso, largando por fora na terceira fila, achou uma brecha para se posicionar bem e na segunda volta já assumia a liderança e vencer mais uma vez na temporada. Medeiros se envolveu em diversos toques e, depois de cair para o meio do pelotão, ainda sofreria uma punição de 10 segundos, terminando em penúltimo. Cazu passou a disputar a segunda posição com Luis Nunes e terminou em 3º. O pódio foi completado por André Maschio e Gabriel Meister, que superaram Karina Cardozo logo na largada – ela havia partido em 3º e terminou em 6º.
Digna de nota a prova de Claudinha Cardozo, que, largando da penúltima fila, escalou o pelotão e se livrou habilmente do duro embate travado por Tadeu Feraso, Jackson Gonçalves, Thiago Pilkel, Tido Olmedo e Chico Johnscher. Chegando em 7º, ela garantiu a permanência na série A junto de Jackson e Tido.
Na segunda prova da rodada, a série C teve a inédita pole position de António Keps, acompanhado de Bassam Hajar na primeira fila. Ambos, porém, largaram mal e não sustentaram a ponta, e Keps ainda se enroscou na curva da Coragem, caindo para a última posição. Quem assumiu a dianteira foi Denis Valente, trazendo com ele Rodrigo Almeida, Anderson Rocha e Adriano Goulart.
Rodrigo chegou a liderar a série, mas rodou sozinho e ficou para trás. Goulart ameaçou durante algumas voltas, mas Valente soube tirar proveito do seu kart mais ajustado para garantir a vitória. Anderson Rocha foi o 3º e Maurino Souza cruzou em 4º mas, punido por atitude antidesportiva, caiu para 8º. Keps, em excelente recuperação, herdou a 4ª colocação, e Elvira Cilka, a 5ª.
Na série B, os quase 20 quilos de sobrepeso não foram empecilho para Marcelo Saito vencer pela primeira vez na história da RNK. Com habilidade e precisão, ele conseguiu se defender dos ataques de Lucas Peck, o 2º colocado. Gilmar Coleta, foi o 3º depois de ter feito a pole, seguido de Rafa Bin e Guilherme Medeiros, que completaram o pódio.
A rodada encerrou com a polêmica vitória de Fábio Mathoso na série A. Gabriel Meister marcou a pole e liderou a primeira metade da prova, até ser superado por Mathoso. Este, no entanto, foi acusado de obter mais desempenho do seu motor acelerando com a mão, conforme relato dos pilotos que o seguiam – entre eles o próprio Meister, que tentou alertar a Direção de Prova e os fiscais, sem sucesso.
Apesar dos protestos, a vitória de Mathoso foi confirmada, assim como o 2º lugar de Meister. Tido Olmedo foi o 3º, seguido de Everton Tonel e Luis Nunes.
Os comissários constituídos pelo Conselho da RNK que atuaram na fiscalização agiram com bastante rigor. Nada menos do que onze punições foram aplicadas por manobras descuidadas que prejudicaram concorrentes. Mesmo que alguns lances também passíveis de punição não tenham sido captados pelos fiscais, o saldo foi considerado positivo.
Somente um protesto formal quanto a decisões dos fiscais foi protocolado, por parte de Claudinha Cardozo, e indeferido pelo Conselho da RNK.
Afinal, pode acelerar com a mão? Embora não haja nada específico quanto a essa conduta no regulamento da Copa RNK, ela é vedada pelo Regulamento Nacional de Kart, cujo artigo 37 estabelece que “Por questão de segurança é proibido acionar a borboleta do carburador manualmente, por qualquer razão”.
Por que, então, o piloto Mathoso não foi punido? De um lado, quatro pilotos afirmam ter visto, em pista, o ato ilícito e formalizaram o protesto; de outro, o acusado alega não tê-lo cometido. Prevaleceu, assim, um preceito básico da justiça: in dubio, pro reo. Por seis votos a dois, o Conselho entendeu que uma punição só seria cabível caso a atitude tivesse sido flagrada por algum fiscal ou alguma imagem captada por câmeras.
A largada lançada, desta vez, ocorreu sem contratempos em todas as baterias, não sendo necessário abortá-la em nenhuma oportunidade. Alguns pilotos, entretanto, ainda precisam estar mais atentos para não perder o “timing” da aceleração.
O GP dos Ingleses teve transmissão ao vivo em lives promovidas pelo canal WillTV, com apoio da Vou de Lancha, empresa de aluguel de lanchas de Florianópolis.
A decisão do 1º turno acontece no dia 4 de junho, no Kartódromo Beto Carrero, contando com o apoio de Azulprime, Candy Shop, Correta Redações, Acrílico Shalon e Canal RafaBin. As inscrições abrem nesta segunda-feira (16) às 18 horas.