A 3ª Copa RNK encerra no próximo sábado, 6 de dezembro, com a Corrida do Milhão. Assim como na Fórmula 1 e na Stock Car, a prova valerá pontuação dobrada. E nunca na história da Copa tantos pilotos chegam ao final com chance matemática de conquistar o título: sete, como na Stock Car deste ano.
Eduardo Johnscher, o líder, dispensa o rótulo de favorito, mas reconhece que numericamente está em vantagem. “Assim como o Rubinho, um 4º lugar é suficiente para ser campeão sem depender dos outros [na verdade, um 5º lugar basta], o problema é que a gente nunca sabe se não vai receber um kart ruim”, declarou sem esconder a preocupação.
O piloto da Johnscher Racing também demonstrou sua frustração com a mídia, que, segundo ele, nunca deu o devido destaque às suas conquistas, tratando-o “somente” como vice-campeão das duas temporadas anteriores. “Também sou bicampeão”, destacou, referindo-se aos títulos do companheiro de equipe Chico Johnscher. De fato, Eduardo venceu em 2012 e 2013 a classe B, divisão destinada aos pilotos com mais de 80 kg, atualmente extinta.
Embora dispense o favoritismo, os números o confirmam: nas 11 provas até aqui disputadas, Eduardo só não terminou entre os cinco primeiros em duas. Desempenho semelhante ao do 3º colocado, Fabio Knabben, sobre quem pesa a desvantagem de não ter vencido nenhuma prova. O piloto da Designers Racing tem 124 pontos, contra 138 do líder.
Ocupando atualmente a vice-liderança com 132 pontos, Andrey Lima é o piloto com maior número de vitórias em 2014: quatro. Contudo, por não ter participado da primeira etapa, não terá direito aos oito pontos de bônus na final, o que já desfaz sua vantagem em relação a Knabben.
Para o bicampeão Chico Johnscher, que ocupa a modesta 5ª posição no campeonato, a 17 pontos do líder, o tri não passa de um sonho distante. “Meu objetivo palpável é conquistar o vice, e até pra isso tenho de fazer uma corrida perfeita”, reconheceu o piloto, que admite a possibilidade de abdicar da disputa para ajudar o companheiro de equipe a ser campeão. Ele recorda, ainda, a punição sofrida na 3ª etapa, quando perdeu um lastro e obteve metade dos pontos na prova. “São quatro pontos que vão fazer falta lá na frente”, lamentou.
Mais remotas ainda são as chances de Eduardo Bettega. Em 4º no campeonato, um ponto à frente de Chico Johnscher, o mais vitorioso da RNK – assim como Eduardo Johnscher, venceu sete vezes – liderou boa parte do campeonato, mas vem em declínio e desde julho não sobe ao pódio. Como não participou da última prova, também não receberá as bonificações na última etapa, dependendo de uma combinação pouco provável de resultados para chegar ao título. “Vou brigar pra levar pelo menos um troféu”, confessou – a premiação final contempla até o 5º colocado.
Situação semelhante é a de Marcelo Rosa. Em 6º no campeonato, o piloto da Designers Racing tem 111 pontos e seu maior desejo é vencer a Corrida do Milhão. Dos postulantes ao título, é o único que ainda não subiu ao lugar mais alto do pódio em três anos de disputa.
Milagre mesmo é do que precisa Guilherme Szpigiel. São 27 pontos que o separam do líder, mas o maior milagre é o que depende do próprio piloto: participar da prova. Ao que tudo indica, ele estará ausente da final devido a compromissos particulares.
Se o campeão de 2014 está indefinido, uma coisa é certa: a Corrida do Milhão reserva emoções de sobra. Principalmente se chover!